Brasil é o 7º em vendas de veículos no mundo, diz consultoria
O mercado automotivo brasileiro teve queda de 10,3% em abril em relação ao mesmo mês do ano passado. Com o desempenho, o Brasil se manteve em 7º lugar no ranking mundial de vendas do setor. Os dados são da JatoConsult, empresa que presta consultoria ao setor automotivo.
O País ficou atrás no número de vendas, respectivamente, da China, com crescimento de 6%; EUA, de 2,3%; Japão, com recuperação de 93,4% – após o impacto na economia do terremoto que atingiu Fukushima, em 2011*-; da Alemanha, com crescimento de 3,2%; da Rússia, com 12,9% e da Índia com aumento de 8,3%. Logo atrás vem a França com queda de 1,6% e o Canadá com redução de 1,7%.
Para o professor de mercadologia da USCS (Universidade Municipal de São Caetano), Manuel Fernandes, a redução no crescimento brasileiro está relacionada a desconfiança dos consumidores de carros e das empresas compradoras de matéria-prima para o setor. “Há duas razões para o decréscimo: o receio em relação à crise que ainda atinge a Europa, dos compradores de matéria-prima e dos consumidores”. Fernandes também cita um ciclo. “Por causa da desconfiança em relação à economia, o consumidor compra menos carros. A redução do crescimento no setor automotivo, por sua vez, diminui as vendas no setor siderúrgico, o que também causa a diminuição da produção automobilística. É um ciclo”.
Metalurgia
O impacto da economia atinge o setor metalúrgico. De acordo com o Sindicato dos Metalúrgicos do ABC, houve redução, em 2012, de 1,6% nos postos de trabalho do setor em abril, em relação ao mesmo período do ano passado, e queda de 30% na venda de caminhões.
O sindicato, entretanto, defende a produção nacional e o emprego. Em assembleia realizada quarta-feira passada (20/06) que deu início à Campanha Salarial 2012, os metalúrgicos previram que a redução da economia será usada como argumento para a rejeição das reivindicações da categoria. O sindicato defende, porém, a recuperação do setor graças à redução do IPI (Imposto Sobre Produtos Industrializados) dos automóveis.
Para Manuel Fernandes, até agosto o PIB do Brasil deve voltar a crescer mais forte e causar uma “reviravolta” no decréscimo do setor automotivo, devido à iniciativa do governo de reduzir o IPI e aumentar o imposto sobre as importações. Fernandes ressalta, entretanto, que ainda há problemas nas medidas. “O governo reduziu o IPI, mas é pouco. É difícil reduzir também o ICMS (Imposto Sobre Circulação de Mercadorias e Serviços) por ser um imposto estadual e depender dos estados (a redução). Há carros que tiveram seus preços reduzidos em apenas cerca de R$ 800,00 reais”.
O professor também ressalta a importância da divulgação das ações governamentais. “O governo precisa estimular o consumo nacional do carro, divulgando suas ações por meio de entidades de classe, como a Anfavea (Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores). Também precisa manter a redução de juros e divulgar que ela vai ser mantida, para elevar a confiança do consumidor”, afirma Fernandes.
Marcas automotivas
Ainda de acordo com dados da JatoConsult, a marca Toyota manteve a liderança em vendas com 35,4% de crescimento, se comparado ao ano passado. Logo após segue a Volkswagen, com aumento de 7% nas vendas; a Ford, com queda de 4,2%; a Chevrolet, com redução de 6,4% e a Fiat com decréscimo de 12,9%. Os dados também consideram o último mês de abril, levando em conta o mesmo período de 2011.
*Corrigido em 28/6
Do ABCD Maior