Brasil é pais que mais compra carros elétricos chineses no mundo
O Brasil tornou-se o maior destino externo em quantidade de veículos chineses elétricos puros e híbridos, que têm tanto o motor a combustão quanto o movido a energia elétrica. De janeiro a abril o embarque da China desse tipo de automóvel ao Brasil somou 88,32 mil unidades, pouco acima dos 88,16 mil que rumaram à Bélgica. A ultrapassagem brasileira à frente dos belgas se deu em abril. Somente nesse mês o país asiático exportou 40,9 mil carros para o Brasil, muito próximo dos 47,4 mil embarcados em todo o primeiro trimestre.
O movimento acontece num momento em que o Brasil passou a tributar a importação de veículos elétricos e híbridos e há um cronograma de aumento de alíquotas gradativo à frente. Além disso os carros elétricos chineses entraram mais ao centro do radar de medidas de defesa comercial de mercados importantes. Os veículos chineses se tornaram alvo de investigação de subsídios na União Europeia e nos Estados Unidos esses automóveis passaram a ser taxados em 100%. Especialistas apontam que medidas desse tipo podem resultar em desvio de comércio a mercados alternativos.
O Brasil já está na frente em volume, mas os belgas permanecem na liderança quando se olha os valores exportados de carros elétricos e híbridos chineses. De janeiro a abril os chineses embarcaram US$ 2,38 bilhões em veículos desse tipo para a Bélgica. Para o Brasil foram US$ 1,84 bilhão em iguais meses, quase dez vezes os US$ 188,2 milhões de mesmo período de 2023. O Reino Unido vem em terceiro no ranking até abril deste ano, com US$ 1,57 bilhão. Os dados são da Administração Geral de Alfândega da China e consideram veículos destinados principalmente ao transporte de passageiros.
O que ajuda a explicar a diferença de posições entre Brasil e Bélgica quando se olha quantidade de veículos e valores é a composição dos embarques. Os belgas compram dos chineses predominantemente veículos puramente elétricos. Considerando elétricos e híbridos, os automóveis apenas com motor elétrico representam 98% dos embarques aos belgas. No caso do Brasil, a parcela dos puramente elétricos é de 51%. E pelo menos 36% são de carros híbridos plug-in, também chamados de conectáveis, que possuem motor a combustão e elétrico e que permitem a recarga na rede elétrica domésticas ou em estações de carga rápida.
Do Valor Econômico