Brasil entrega relatório para certificação de país livre da rubéola
Durante evento no Palácio do Planalto, o Ministério da Saúde recebeu da Organização Mundial da Saúde certificado atestando excelentes níveis de cobertura da campanha
O Brasil entregou nesta terça-feira (3) o relatório da Campanha Nacional da Vacinação contra a Rubéola para a OMS (Organização Mundial de Saúde) e OPAS (Organização Pan-Americana de Saúde). O documento será utilizado para a análise da eliminação da doença e da Síndrome da Rubéola Congênita no País. O Ministério da Saúde realizou a maior campanha de vacinação contra a rubéola já realizada no mundo ao imunizar, nos últimos cinco meses, mais de 67,2 milhões de pessoas. A meta foi ultrapassada e alcançou 95,79% da população alvo.
Participaram da cerimônia no Palácio do Planalto o presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva, o ministro da Saúde, José Gomes Temporão, e Diego Vitoria, representante desses organismos internacionais no Brasil.
“Mais uma vez, o Brasil serve de exemplo ao mundo por demonstrar a importância do compromisso político para executar as estratégias globais e regionais necessárias para eliminar uma doença”, afirmou Diego Vitoria. Durante a cerimônia, o representante da OPAS/OMS entregou ao ministro da Saúde um certificado atestando os excelentes níveis de cobertura vacinal alcançados durante a campanha.
Até 2010, os países do continente americano devem eliminar a rubéola e a síndrome da rubéola congênita, conforme acordo internacional firmado com a OPAS. A rubéola é uma doença grave quando atinge as mulheres grávidas. Os bebês ao nascer podem ter problemas como surdez, cegueira e retardo mental.
“Essa é uma conquista que tem de ser comemorada e dividida com toda a população brasileira. É um feito histórico e que aponta o Brasil para o caminho da eliminação da circulação do vírus no país”, comenta o ministro da Saúde, José Gomes Temporão. Para ele, agora o Brasil passa para uma segunda etapa, quando será supervisionado pela OMS. O país tem que comprovar a interrupção da doença.
Os dados do Ministério da Saúde mostram que, entre as mulheres, foram vacinadas mais de 34,8 milhões, com 98,4% de cobertura. Entre os homens, o número de vacinados chegou a 32,4 milhões, alcançando o índice de 93,1% desse segmento da população. No grupo de 12 a 19 anos de idade, foram alcançadas altas coberturas precocemente, chegando a 108,44%. Nesse caso, há duas explicações: a estimativa de público alvo se deu sobre uma base populacional defasada ou foram imunizadas pessoas com idade próxima ao limite fixado pela campanha. Já no grupo de 20 a 39 anos, o percentual de cobertura ficou muito próximo do preconizado: 94,45%.No tocante às regiões brasileiras, as coberturas chegaram no Nordeste a 98,98%; no Norte a 97,0%; no Centro-Oeste a 98,8%; no Sudeste a 94,0% e no Sul a 92,9% .
A previsão é que, até meados de 2009, o país esteja livre da doença e, no fim do ano, tenha eliminado a Síndrome da Rubéola Congênita (SRC – transmitida da mãe para o filho, durante a gravidez). “O reconhecimento internacional, certificado por um comitê indicado pela OPAS, será efetivado após 12 meses sem evidência da circulação do vírus da rubéola, de acordo com critérios epidemiológicos pré-estabelecidos”, afirma o Secretário de Vigilância em Saúde do Ministério da Saúde, Gerson Oliveira Penna.
PARALISIA INFANTIL E SARAMPO – O Brasil já erradicou duas doenças: varíola (1973) e poliomielite (1994). Em 1992, foi realizada uma Campanha Nacional de Vacinação contra o Sarampo, que obteve êxito de 100% da população alvo – 52 milhões de crianças de um a 14 anos imunizadas na ocasião. Com isso, foi se consolidando a rotina de vacinação e as campanhas com menores de cinco anos. A partir de 2001, todos os casos confirmados de sarampo no país foram importados ou decorrentes de um caso importado. “Desde 2006, não houve mais registro de novos casos da doença, perfazendo mais de dois anos sem confirmação de sarampo no país, referendando a estratégia adotada pelo Ministério da Saúde”, ressalta a coordenadora geral do Programa Nacional de Imunizações, Marília Bulhões.
Do Ministério da Saúde