Brasil fecha 2020 com taxa de desemprego mais alta da série histórica
A taxa de desemprego no Brasil fechou 2020 com média de 13,5%, a maior da série histórica do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), iniciada em 2012, quando a taxa foi de 7,4%.
Foram cerca de 13,4 milhões de desempregados e desempregadas no país, 840 mil a mais do que em 2019. O Brasil fechou 7,3 milhões de postos de trabalho, redução de 7,9%. Os dados são da Pnad (Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios) Contínua, divulgados no dia 26.
O total de ocupados caiu para 86 milhões, o menor da série. O número de trabalhadores com carteira assinada no setor privado caiu 7,8%, com menos 2,6 milhões de pessoas em um total de 30,6 milhões. Nos trabalhadores domésticos, houve retração recorde de 19,2%, perda de 1,2 milhão entre 5 milhões de pessoas. No setor informal também houve queda de 6,2%, com menos 1,5 milhão em um total de 22,7 milhões. Até o total de empregadores recuou 8,5%, menos 373 mil, caindo para 4 milhões ao todo.
Outro recorde negativo foi o de desalentados, pessoas que desistiram de procurar trabalho devido às condições do mercado. Esse contingente cresceu 16,1% em 2020 e chegou a 5,5 milhões, maior número da série histórica.
O total de subutilizados, que inclui desempregados ou pessoas que gostariam de trabalhar mais, também atingiu seu maior número: 31,1 milhões, um aumento de 13,1% em relação a 2019, ou mais 3,6 milhões no ano.
Setores
Entre os setores, a ocupação na construção caiu 12,5%, fechando 840 mil vagas. Com retração de 8%, a indústria perdeu 952 mil postos de trabalho. As áreas de comércio/reparação de veículos tiveram queda de 9,6%, 1,7 milhão a menos. Nos serviços, o segmento que inclui alojamento perdeu 1,1 milhão, com -21,3%. Apenas a administração pública cresceu 1%, acréscimo de 172 mil pessoas, com destaque para as áreas de saúde e de educação.
Menos R$ 8 bilhões
Estimado em R$ 2.543, o rendimento médio cresceu 4,7% no ano passado, o que indica eliminação, principalmente, de vagas de menor remuneração. Por outro lado, a massa de rendimentos caiu 3,6%, para R$ 213,4 bilhões, ou seja, menos R$ 8 bilhões na economia em 2020.