Brasil fecha primeiro semestre com criação de 300 mil postos de trabalho
Até maio, o saldo entre contratações e demissões estava em 180 mil postos. Em junho foram abertos 136 mil novas vagas
O Brasil fechou o primeiro semestre com a criação de mais de 300 mil postos de trabalho com carteira assinada, informou o ministro do Trabalho, Carlos Lupi. Até maio, o saldo entre contratações e demissões estava em 180 mil postos.
Em Maceió, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva afirmou na terça-feira (14) que em junho foram abertos 136 mil novos postos de trabalho. “Em julho, esse número deve aumentar para o desespero da oposição”, disse Lula. Os dados do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged) devem ser divulgados amanhã.
O ministro não deu detalhes, mas disse que junho deve manter o padrão dos últimos meses, com recuperação mais forte dos serviços e da construção civil, mas estagnação da indústria, que parou de demitir, mas não avançou nas contratações. Até maio, a construção gerou 61 mil vagas, a agropecuária 71,7 mil e os serviços 242,9 mil.
Lupi afirmou que mantém a meta de que o País vai criar 1 milhão de postos de trabalho este ano. “O segundo semestre deve ser muito forte para o emprego. Os setores automotivo e da linha branca batem recorde de vendas graças aos incentivos do governo federal.”
Sérgio Vale, economista-chefe da MB Associados, explica que a recuperação da economia ainda está muito “desigual”. O mercado interno reagiu e os estoques das indústrias foram reduzidos, o que colabora para mais contratações, mas a queda das exportações e o investimento são fatores negativos.
Um levantamento da consultoria apontou que a recuperação do emprego e da renda está concentrada nas pessoas que ganham até um salário mínimo. Acima desse nível, o emprego ainda está em queda. “Voltamos ao padrão de 2006 e 2007”, disse. Ele reforçou que a deterioração do emprego industrial colabora para a mudança, porque é o setor que paga melhor.
“A crise ficou com a cara da indústria no Brasil. O comércio e os serviços já retomaram”, disse Flávio Castello Branco, gerente da unidade econômica da Confederação Nacional da Indústria (CNI). Ele ressaltou que o crédito foi retomado, o medo do desemprego superado, o que sustenta o comércio e ajuda a indústria, mas o patamar de emprego de 2008 só será retomados em 2010.
Da Agência Estado