Brasil: importações de elétricos caem 56%, mas vendas batem recordes

Queda no valor importado de elétricos contrasta com crescimento recorde de vendas de híbridos plug-in e BEVs

O mercado de veículos eletrificados no Brasil apresenta um contraste interessante: enquanto o valor das importações de carros 100% elétricos despencou 56% em nove meses de 2025, os emplacamentos internos de eletrificados seguem batendo recordes, impulsionados principalmente pelos híbridos plug-in.

Segundo dados da Logcomex, empresa especializada em inteligência para comércio exterior, entre janeiro e setembro de 2025 o valor importado de BEVs caiu de US$ 1,4 bilhão em 2024 para US$ 653,6 milhões, redução superior a US$ 740 milhões. O recuo foi provocado pelo aumento de tarifas sobre veículos totalmente montados e parcialmente desmontados, que tornou os elétricos importados menos competitivos.

Em contraste, os híbridos plug-in (PHEV) avançaram 3%, movimentando US$ 1,8 bilhão, assumindo a liderança do setor e respondendo por 56% do valor importado de eletrificados. Apesar da retração das importações, o mercado interno mostra crescimento consistente. Dados da ABVE indicam que, de janeiro a outubro de 2025, foram emplacados 168.798 eletrificados leves, sendo 81,6% plug-in (BEV e PHEV).

O crescimento das vendas é apoiado pela expansão da infraestrutura de recarga, que passou de 350 pontos em 2020 para 16.880 em agosto de 2025, segundo levantamento Tupi Mobilidade/ABVE Data. Paralelamente, a produção nacional começa a equilibrar o mercado. Em 2025, a BYD iniciou operações em Camaçari (BA) e a GWM em Iracemápolis (SP), priorizando híbridos plug-in e modelos menos sensíveis às tarifas de importação. Com isso, o Brasil vai encontrando relevância no cenário global da eletromobilidade, conciliando demanda crescente, políticas tarifárias e produção local.

Do InsideEVs