Brasil lidera parque de robôs na América do Sul

País ainda está longe da utilização de robôs nos EUA, Japão e China

Dados da Federação Internacional de Robótica (IFR) apontam que o mercado global de robôs é de 2,7 milhões de unidades. Com mais de 15,3 mil robôs em operação, o Brasil lidera o parque de robôs industriais da América do Sul, que tem outros 3,5 mil equipamentos. Na América Latina, o país só perde para o México, que está perto do mercado americano. Mesmo assim, a robotização no país está longe da adotada nos países desenvolvidos. O Brasil tem de 12 a 13 robôs a cada 10 mil trabalhadores, ante 1,3 mil dos EUA, 938 da China, 1,2 mil do Japão e 2,7 mil da Coreia.

Para Edouard Mekhalian, CEO da Kuka Roboter do Brasil, a aquisição no país de 1,8 mil a 2 mil unidades, em média, por ano é pequena. Pelo porte, o Brasil deveria comprar 7 mil a 8 mil robôs/ano. “Há campo para desenvolver o mercado e aumentar a competitividade. São vários desafios: câmbio, falta de financiamento barato, economia oscilante, desatualização tecnológica. Com juros altos, a única fonte de financiamento é o BNDES, e há dificuldade para projetar o retorno”, diz Mekhalian.

Empresa alemã que opera no Brasil desde 1996, a Kuka foi pioneira na fabricação de robôs elétricos. Seu portfólio abrange todo tipo de robô industrial – articulados (verticais), Scara (horizontais), Delta (suspensos) e colaborativos. No Brasil desde 2012, a Mitsubishi Electric fornece robôs de pequeno e médio portes para manipulação e movimentação. Até 2015, cresceu vendendo para a base instalada. Entre 2015 e 2017, o crescimento foi baixo crescimento, mas, a partir de 2018, as vendas voltaram a acelerar.

A dinamarquesa Universal Robots vendeu em 2008, ainda como startup, o primeiro robô industrial colaborativo, que permite a interação com humanos. Em 2015, a empresa foi adquirida pela americana Teradyne, e as vendas chegaram a 45 mil unidades no mundo. A GM mantém o mesmo contrato global fechado com a americana Fanuc nos anos 1980. A empresa iniciou a robotização pelos processos que mais impactavam a saúde dos funcionários, como solda e pintura; e, mais tarde, implantou na movimentação de placas na estamparia. A montadora utiliza robôs em todas as plantas e se prepara para a indústria 4.0.

Do Valor Econômico