Brasil não sofre processo de desindustrialização, afirma Pimentel
O Brasil “não está passando por um processo de desindustrialização”, afirmou o ministro do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior, Fernando Pimentel, nesta quarta-feira. “As tendências de longo prazo não apontam para esse risco”, acrescentou.
De 2001 a 2011, o país quase dobrou o número de trabalhadores na indústria. “Não há perda de vitalidade. O espaço da indústria no PIB [Produto Interno Bruto] não decresceu. Está mantido mais ou menos na mesma proporção desde o início do século. E não é diferente do espaço, do percentual na maioria dos países desenvolvidos”, defendeu.
Segundo ele, o Brasil passa por um processo de “rearranjo do tecido industrial”, como acontece com a maioria dos países. A base do setor está passando de empresas intensivas em mão de obra e de baixo conteúdo tecnológico para uma “indústria de capital intensivo e alto conteúdo tecnológico”, disse. É uma transição. Ainda não terminou”, disse Pimentel em audiência na Comissão de Desenvolvimento Econômico, Indústria e Comércio Exterior da Câmara dos Deputados para discutir a redução da participação da indústria no PIB brasileiro.
Para Pimentel, entretanto, circunstâncias conjunturais, como a crise econômica mundial e a variação do câmbio, podem atrapalhar o processo de rearranjo industrial pelo qual o país está passando. A crise “que começou em 2008, 2009 e teve novo pico recente” é um fator econômico “que atrapalha esse rearranjo”, assim como as “alterações no câmbio”.
Segundo o ministro, a indústria automotiva estava passando por um processo de declínio, mas, agora, está em recuperação. Ele citou que o novo regime automotivo, o Inovar-Auto, contribuiu para essa “virada” no setor, pois incentiva o aumento da produtividade. Ele ressaltou também que o governo busca o aumento da inovação na indústria.
Segundo Pimentel, o Brasil “está destinado a ser líder mundial no século XXI. E não apenas pelos recursos naturais”. O ministro citou que o “país está no rumo certo”, citando que a inflação está controlada. “Estabilizamos a moeda” e também a questão fiscal, completou.
Pimentel defendeu ainda a abertura comercial para produtos de alta tecnologia, além da formação de mão de obra qualificada no país.
Do Valor Econômico