Brasil perdeu dois meses de produção por falta de semicondutores

Anfavea aponta que, mesmo assim, setor deve alcançar as projeções feitas para o ano

A escassez de semicondutores impediu neste ano a produção de cerca de 250 mil veículos no Brasil, equivalentes a dois meses de atividade. O problema ainda vai persistir durante o primeiro semestre de 2023. A informação foi confirmada durante entrevista coletiva realizada na quarta-feira, 7, pela Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores (Anfavea).

As dificuldades afetam também as linhas de caminhões e ônibus. “A instabilidade na cadeia de produção permanece alta e as equipes de logística e compras das montadoras continuam se desdobrando para entregar as encomendas aos clientes”, afirma o vice-presidente da Anfavea, Luiz Carlos Moraes.

Em novembro foram produzidos 215,8 mil veículos (na soma de automóveis, comerciais leves, caminhões e ônibus), indicando alta próxima a 5% sobre outubro, que também teve 20 dias úteis. No acumulado do ano foram fabricados 2,18 milhões de veículos, resultando em crescimento de 6,9% sobre os mesmos meses do ano passado. A projeção de 2,34 milhões de unidades para 2022 tende a ser cumprida ou ligeiramente superada pela indústria nacional com a soma de dezembro, já que faltam menos de 162 mil unidades. 

Segundo a Anfavea, o envio de veículos para o México superou os embarques para a Argentina pelo segundo mês seguido. “No acumulado até novembro, as exportações para o México cresceram 46%, com 25 mil unidades a mais. Os embarques para o Chile cresceram 65%, com mais 21 mil unidades no período. A Colômbia também já absorveu este ano 21 mil unidades a mais e registrou alta de 43%”, afirma o presidente da Anfavea. “Já a Argentina perdeu relevância. Ela continua sendo o principal destino, mas sua participação caiu de 36% para 29%”, afirma Leite.

Do Automotive Business