Brasil pode dobrar empregos no setor com indústria de carros elétricos
Estudo do ICCT mostra que eletrificação pode gerar 116% mais empregos até 2050 que cenário atual
A transição da indústria automotiva brasileira para veículos elétricos pode gerar mais do que o dobro de novos empregos até 2050 em comparação com a manutenção do modelo atual baseado em motores a combustão. A conclusão é de um estudo elaborado pelo ICCT (Conselho Internacional de Transporte Limpo) em parceria com a USP (MADE/USP) e a Unicamp (IE/UNICAMP), publicado em junho de 2025.
Utilizando uma abordagem de insumo-produto aplicada à economia brasileira, o estudo analisou dois cenários distintos para a evolução da frota de veículos no país até 2050: um chamado Base, no qual os veículos a combustão continuam predominantes com aumento no uso de biocombustíveis; e outro denominado Eletrificação, com crescimento expressivo na produção e venda de veículos 100% elétricos, além da nacionalização parcial das baterias.
No cenário Eletrificação, estima-se uma geração 116% maior de empregos em relação ao cenário Base até 2050. O principal vetor para esse aumento está na expansão da produção nacional de veículos elétricos e, especialmente, de seus componentes — em particular, baterias e motores elétricos. O estudo destaca que o avanço da cadeia de valor doméstica tem potencial de impulsionar os setores industriais associados, como máquinas e equipamentos elétricos, beneficiando também áreas como serviços, transporte e construção.
O modelo do ICCT projeta que, mesmo assumindo produtividade e tecnologia constantes ao longo do período, a adoção de metas ambiciosas para a eletrificação da frota pode resultar em uma expansão do emprego industrial no Brasil. Já no cenário Base, onde os veículos a combustão permanecem dominantes, as oportunidades de geração de postos de trabalho seriam significativamente menores e concentradas nos segmentos tradicionais da indústria.
Do InsideEVs