Brasil pode ter onda de fusões de bancos, afirma Financial Times
A recente queda nos preços de ações também fizeram deste um momento favorável para negócios de compra entre bancos, diz o jornal
As condições são propícias pois “o Brasil tem cerca de 150 bancos, muitos deles de pequeno porte e concentrados em uma única linha de negócios como empréstimos para a compra de veículos ou ligados a folhas de pagamento, áreas que cresceram depressa seguindo a criação de empregos e aumento de salários”, diz o jornal.
O artigo cita a análise de Ceres Lisboa, analista do setor bancário da empresa de avaliação de crédito Moody´s, em São Paulo. “Bancos menores tiveram um crescimento de 30% a 40% ao ano. Isto acabou. Eles vão ter que se reinventar”, diz ela no FT.
O artigo observa que o Banco do Brasil, que até antes da fusão Itaú/Unibanco era maior do país, e o Bradesco, que já foi o maior banco do setor privado, deverão buscar aquisições na medida em que tentam restabelecer seu domínio.
“A consolidação será ajudada por medidas recentes do governo para injetar liquidez no sistema bancário com o desenrolar da crise financeira”, diz o FT.
“No entanto, um problema para os rivais do Itaú e Unibanco é que sobraram poucos bancos grandes no mercado. O Banco do Brasil deve comprar o Nossa Caixa por um valor entre R$ 6 bilhões e US$ 10 bilhões. E há fortes rumores de que o Bradesco vá comprar o Banco Votorantim ou outro de médio porte”.
A recente queda nos preços de ações também fizeram deste um momento favorável para negócios de compra entre bancos, diz o jornal, acrescentando que, apesar de Itaú e Unibanco insistirem que o seu caso é de “fusão”, os termos da transação mostram que o Itaú comprou o Unibanco “por um quarto do que teria pago há apenas um ano”.
Da BBC Brasil