Brasil pode voltar para o Mapa da Fome

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Um relatório divulgado este mês pela FAO, Organização das Nações Unidas para Agricultura e Alimentação, alerta que o Brasil corre o risco de voltar para o Mapa da Fome.

O documento, elaborado por entidades da sociedade civil, trata do desempenho brasileiro no cumprimento dos 17 objetivos de desenvolvimento sustentável da ONU, um deles é erradicar a fome até 2030.

Divulgado desde 1990, o documento apresenta a lista de países nos quais parte significativa da população, 5%, ingere uma quantidade diária de calorias inferior ao recomendado. Atualmente, estão acima desse percentual, por exemplo, a Namíbia, com 42,3% da população nessa situação, a Bolívia, com 15,9%, a Índia, com 15,2%, e a Colômbia, com 8,8%.

“A alta do desemprego, o avanço da pobreza e medidas do governo Temer de cortar 1,1 milhão de benefícios do Bolsa Família, retirar direitos dos trabalhadores e congelar os gastos públicos por até 20 anos colaboram para que Brasil esteja correndo esse risco”, analisou o secretário-geral do Sindicato, Aroaldo Oliveira da Silva.

Como o Brasil saiu do Mapa da Fome Entre 2002 e 2014, nos governos Lula e Dilma, o Brasil reduziu em 82,1% o número pessoas subalimentadas. Em 2014, no quase pleno emprego, o País deixou a lista ao assumir o compromisso com a prote- ção social.

Importantes políticas pú- blicas elaboradas nesse período, colaboraram com o índice positivo, como formalização do trabalho, a política de valorização do salário mínimo acima da inflação (bandeira histórica dos Metalúrgicos do ABC e da CUT), a implantação do Programa Bolsa Família, de cisternas no semiárido e a aquisição de alimentos da agricultura familiar.

De acordo com dados da FAO, na época, a queda foi a maior registrada entre as seis nações mais populosas do mundo, e também superior à média da América Latina, que foi de 43,1%.

Da Redação