Brasil precisa de um plano nacional para a transição energética
País precisa atingir um patamar de eletrificação compatível com a importância do seu mercado
Mês após mês, as vendas de carros elétricos e híbridos têm registrado recordes no Brasil. Não há dúvidas que a eletrificação segue avançando no país, mas essa é uma questão que tem que ser analisada com algumas ressalvas. Qual o impacto real desse crescimento na frota total e nesse ritmo quanto tempo levaríamos para a transição energética?
Essas últimas questões ainda são temas pouco abordados, embora haja alguns estudos, como o realizado pela Anfavea em parceria com o Boston Consulting Group, que prevê alguns cenários possíveis em termos de eletrificação da frota. De acordo com o levantamento, hoje com 2% de participação no mercado, os eletrificados (elétricos, híbridos e híbridos plug-in) podem representar entre 12% e 22% do mercado em 2030 e 32% a 62% em 2035, dentro dos cenários estipulados.
Segundo a ABVE (Associação Brasileira do Veículo Elétrico), o total de automóveis e comerciais leves eletrificados em circulação no Brasil chega a quase 73 mil. Tal crescimento deve ser comemorado, mas sem obscurecer o fato de que esse mercado no Brasil ainda cresce num ritmo muito inferior ao dos principais países do mundo, lembrou o presidente da ABVE, Adalberto Maluf.
De fato, como dissemos, as vendas de eletrificados continuarão em crescimento, com presença cada vez maior dos modelos 100% elétricos no país. Mas insistimos, os governos e a sociedade precisam se unir em torno de um plano estratégico com metas e objetivos definidos dentro da realidade nacional. Só assim o Brasil acompanhará a transição energética que já está acontecendo em termos globais.
Do InsideEVs