Brasil precisa produzir veículos elétricos para manter exportações

Estudo do ICCT alerta que ausência de produção nacional de eletrificados pode prejudicar indústria automotiva

A indústria automotiva brasileira corre o risco de perder mercados internacionais caso demore a nacionalizar a produção de veículos elétricos. O alerta faz parte do estudo “A transição da indústria brasileira para veículos elétricos e seus efeitos em emprego e renda”, publicado em junho de 2025 pelo ICCT (Conselho Internacional de Transporte Limpo), em parceria com USP e Unicamp.

Segundo o relatório, a ausência de metas formais de eletrificação da frota no Brasil — aliada ao foco contínuo na produção de veículos a combustão — pode levar à redução gradual das exportações brasileiras nos próximos 25 anos. Muitos dos principais destinos dos veículos produzidos no país já anunciaram metas de descarbonização e restrições futuras à venda de automóveis movidos a gasolina ou diesel.

O ICCT destaca que, se o Brasil insistir no modelo atual, pode haver perda de competitividade e retração da participação em mercados estratégicos, incluindo países latino-americanos que não possuem indústrias automotivas desenvolvidas, mas já iniciaram a transição para veículos zero emissão. Para ilustrar esse cenário, o estudo traça dois caminhos possíveis até 2050.

No cenário Base, o país mantém sua estrutura produtiva concentrada em veículos a combustão e vê as exportações declinarem progressivamente. Já no cenário Eletrificação, assume-se que o Brasil avança na produção nacional de veículos elétricos e mantém sua média histórica de exportação (cerca de 18% da receita da indústria automotiva nacional). O estudo defende que políticas públicas focadas em fomento às exportações, como financiamento internacional, incentivos fiscais e assistência comercial externa, são fundamentais para alavancar a produção de veículos elétricos no Brasil.

Do InsideEVs