Brasil propõe cláusula social no G-20
O Brasil, representado pelo ministro Carlos Lupi, participa como convidado do encontro do G-8 ampliado, que reúne o bloco dos sete países mais ricos do mundo e a Rússia, além dos convidados Brasil, África do Sul, Índia, China, México e Egito
O ministro do Trabalho e Emprego, Carlos Lupi, propôs nesta terça-feira (31) incluir a seguinte diretriz no documento conclusivo do encontro em Roma de ministros do Trabalho do G-8 ampliado: “os investimentos públicos devem se atrelar à manutenção e à geração de empregos”. O texto de conclusão será encaminhado à reunião do G-20, em Londres, a partir de quinta-feira (2), que contará com a presença do presidente Luis Inácio Lula da Silva.
O Brasil, representado pelo ministro Carlos Lupi, participa como convidado do encontro do G-8 ampliado, que reúne o bloco dos sete países mais ricos do mundo e a Rússia, além dos convidados Brasil, África do Sul, Índia, China, México e Egito. “É importante aplicar a contrapartida social de garantia do emprego para evitar um colapso maior com a crise internacional. Não adianta governos de todo mundo injetarem bilhões de dólares na economia e os empresários, que se beneficiam destes financiamentos, continuem demitindo”, disse Lupi em seu discurso, lembrando da prorrogação do Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI), anunciado pelo Governo esta semana. O ministro falou ainda do acordo inédito firmado entre a pasta brasileira e as concessionárias de carros usados para a não-demissão de seu quadro.
Essa mesma diretriz foi aprovada em janeiro, no Chile, num encontro promovido pela Organização Internacional do Trabalho (OIT) dos ministros do Trabalho do Brasil, México, Argentina, Uruguai e Chile. “Esta é uma das melhores medidas para evitar que a crise atinja ainda mais os países em desenvolvimento”, garantiu Lupi.
Segundo o ministro, seria importante que os países que integram o G-8 pensem em medidas voltadas a ajudar os trabalhadores, e não apenas socorrer o mercado financeiro. Lupi enumerou as medidas tomadas para incentivar a economia brasileira, como a redução do IPI (Imposto sobre Produtos Industrializados) para automóveis. “Deu tão certo que as vendas nos dois primeiros meses de 2009 foram maiores que em 2008, quando não havia crise, e o governo decidiu estender o benefício”, conta. Entre outras medidas, ele citou também que o FGTS liberou mais de R$ 10 bilhões para obras de infraestrutura e aprovou o aumento em duas parcelas do seguro-desemprego para os setores mais atingidos; e o Fundo de Amparo ao Trabalhador está oferecendo R$ 23 bilhões para financiar habitação popular, com subsidio e crédito a juro baixo.
FMI – Na manhã de terça-feira, no encontro do G-8, o ministro Lupi sugeriu ao diretor do Fundo Monetário Internacional, Jonh Lipsky, que o FMI pense em incluir a exigência de investimento na qualificação profissional nos contratos com os países que contraem empréstimos. Lupi acredita que os países em desenvolvimento não precisam apenas de dinheiro, mas de mão-de-obra qualificada para impulsionar suas economias. “Nao havíamos ainda pensando nisso, mas levarei ao Fundo esta questão”, respondeu Lipky.
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