Brasil saiu da recessão no segundo trimestre, diz Meirelles
No segundo trimestre, a indústria apresentou crescimento de 3,4% em relação ao trimestre imediatamente anterior. Para o presidente do Banco Central, o País chegará ao final do ano em trajetória de crescimento e pronto para reiniciar um processo de expansão sustentada
O presidente do Banco Central, Henrique Meirelles, disse nesta segunda-feira (3) que a economia brasileira dá indicações de ter voltado a avançar no segundo trimestre deste ano, após dois trimestres consecutivos de retração.
“Há sinais de que o País já saiu da recessão”, afirmou, em São Paulo, após participar de reunião com os presidentes de BCs dos países membros do Mercosul, da Bolívia, do Chile, do Peru e da Venezuela.
No segundo trimestre, a indústria apresentou crescimento de 3,4% em relação ao trimestre imediatamente anterior. Para Meirelles, o País chegará ao final do ano em trajetória de crescimento e pronto para reiniciar um processo de expansão sustentada.
“Nossa expectativa é de que o Brasil chegue ao final do ano com trajetória de crescimento e que tenha um 2010 que seja o início da retomada do processo de crescimento sustentado que prevaleceu nos últimos anos”, acrescentou.
Segundo o BC brasileiro, as autoridades dos países representados na reunião concluíram que há indícios de melhora no cenário internacional e que a região demonstrou capacidade superior à do passado para absorver o impacto do choque internacional.
Moeda local
Meirelles relatou ainda que é possível que em 2010 Brasil e Uruguai fechem um acordo semelhante ao que o país já tem com a Argentina para liquidação das operações de comércio exterior em moeda local.
“Existe interesse muito grande de outros países da América do Sul e, como já mencionamos antes, o banco central da Índia também manifestou interesse de estudar conosco esse tipo de sistema, assim como da China e da Rússia”, disse.
“É importante finalizar o projeto com o Uruguai antes [de partir para outros países]”. Ele admitiu que os volumes negociados em moeda local com a Argentina ainda são baixos, mas avaliou que crescerão à medida que outros países entrarem no sistema.
Da Folha de S. Paulo