Brasil sedia conferência contra o racismo
Apesar do registro de
alguns avanços nos últimos
anos, o racismo no Brasil
ainda é preocupante, com
destaque para a presença da
discriminação nos comportamentos
do dia-a-dia.
A avaliação é de Vincent
Befourny, representante
da Unesco no Brasil, que
participou da Conferência
das Américas contra o Racismo,
encerrada ontem em
Brasília.
Vicent elogiou a lei que
torna obrigatório o ensino
da cultura e da história
africanas na rede pública
de ensino, pois permite à
população conhecer suas
raízes.
“Isso é válido também
para as culturas indígenas,
que são parte da matriz brasileira”,
comentou. Para ele,
o conhecimento da formação
da identidade do País é
uma das chaves para reduzir
a discriminação racial.
Já o ministro Edson
Santos, da Secretaria da
Igualdade Racial, assumiu a
responsabilidade pela promoção
de políticas públicas
contra a discriminação.
Ele afirmou ainda que
o Brasil reviu a equivocada
noção de que existiria no
País uma democracia racial,
o que não é verdadeiro.
A Conferência das Américas
reuniu participantes de
34 países e avaliou os avanços
ocorridos desde a primeira
conferência mundial, realizada
em 2001 na cidade de
Durban, na África do Sul.
Os participantes destacaram
a importância dos
compromissos assumidos
pelos seus governos na adoção
das medidas de promoção
da igualdade racial, mas
lamentaram que ainda são
poucos diante das graves
distorções raciais nos países
americanos.
Essa avaliação será debatida
no próximo ano, na
chamada Conferência de
Revisão, que vai acontecer
em Genebra, na Suíça.