Brasil seguirá como quarto mercado de carros do mundo até 2020, diz KPMG
Estudo realizado pela consultoria KPMG indica que o Brasil, ainda que apresente algumas oscilações nos próximos dois anos, manterá a quarta colocação entre os maiores mercados automotivos do mundo até 2020.
Segundo a pesquisa, o consumo de carros no país, junto com os da China, líder global, e da Índia, terá um dos maiores saltos até o fim da década, saindo de 3,7 milhões de veículos, volume previsto em 2013, para 5,8 milhões de unidades – ou seja, um crescimento de 57% nos próximos sete anos.
As previsões apontam que, mesmo em alta, o mercado brasileiro cairá para a quinta colocação entre 2014 e 2015 devido à ascensão da Índia. Porém, recuperará o quarto lugar em 2016, como resultado do declínio da demanda no Japão.
Charles Krieck, sócio da consultoria no Brasil, lembra que o país, dado seu grande potencial de expansão no consumo, tem atraído investimentos de montadoras, o que inclui projetos de novas fábricas. Exemplo disso são os anúncios de produção local feitos por marcas como BMW, no norte de Santa Catarina, e Audi, no Paraná.
O levantamento da KPMG foi feito a partir de entrevistas com executivos de diversas empresas automobilísticas e o ranking leva em conta as vendas de carros de passeio, utilitários leves e veículos classificados como caminhões leves na América do Norte.
A pesquisa aponta para um deslocamento “sem precedentes” da demanda a mercados emergentes, com a China ampliando sua liderança no mercado automotivo global. O gigante asiático, segundo as estimativas, alcançará vendas de quase 35 milhões de carros até 2020, 65% acima das 21 milhões de unidades previstas para este ano.
Por outro lado, mercados mais maduros na América do Norte e na Europa mostrarão apenas uma lenta recuperação em relação aos volumes que essas regiões apresentavam no começo da década passada, diz a KPMG. Ainda assim, as montadoras americanas, europeias e japonesas, com suas operações espalhadas por todo o mundo, continuarão respondendo, até 2020, por três em cada quatro veículos vendidos globalmente.
Num cenário marcado pela ascensão dos países emergentes, com a Índia subindo da quinta para a terceira posição, o Japão – hoje, terceiro maior mercado automotivo global – perderá espaço, chegando a 2020 com vendas de 4,3 milhões de carros, cerca de 600 mil unidades abaixo do patamar atual. As previsões da KPMG colocam o país asiático, que até 2005 só perdia para os Estados Unidos nas vendas de carros, na quinta colocação no fim desta década, sendo ultrapassado por Brasil e Índia.
Já os Estados Unidos seguirão como o segundo grande mercado automotivo, mas, dada a menor taxa de crescimento, ficará ainda mais distante da China. Conforme a pesquisa, o mercado americano sairá nos próximos sete anos de 15,3 milhões para 17,4 milhões de veículos, o que corresponde a uma alta de quase 14% em sete anos.
Os mercados europeus continuarão fora do centro de crescimento global, mas a Alemanha, o Reino Unido, a França e a Itália permanecerão na lista dos maiores mercados automotivos do mundo – embora, nas quatro últimas posições do top 10.
As projeções positivas feitas no estudo da KPMG para os emergentes se baseiam, sobretudo, no potencial de crescimento indicado pelos índices de utilização de carros em países como Brasil, Índia e China, ainda bem inferiores comparativamente aos mercados desenvolvidos. Enquanto nos Estados Unidos existe um carro para cada habitante com condição de dirigir, no Brasil apenas uma em cada cinco pessoas tem algum veículo.
Do Valor Econômico