Brasil será o novo Oriente Médio?

Foto: Adonis Guerra

Em pouco mais de um ano de investigações sobre a Petrobras, a operação Lava Jato da Polícia Federal provocou a paralisação em diversas obras da compa­nhia e, com isso, a demissão de mais de vinte mil trabalha­dores em todo o País e outros 30 mil postos de trabalho estão ameaçados.

“Defendemos que se com­bata a corrupção em qualquer esfera da sociedade brasileira”, afirmou o secretário-geral do Sindicato, Wagner Santana, o Wagnão.

“Mas estamos percebendo que os efeitos desse combate, por conta das operações da Polícia Federal, têm recaído sobre os trabalhadores”, com­pletou.

O ex-presidente Lula também compartilha desta opinião e declarou durante a 5ª Plenária Nacional da Federação Única dos Petroleiros, a FUP: “Se alguém sacaneou ou roubou a Petrobras, que pague pelo roubo”, disse.

“Que não sejam punidos aqueles que efetivamente são responsáveis pela cons­trução dessa extraordinária empresa. Motivo de orgulho para o nosso País”, declarou o ex-presidente.

Relatório divulgado pela FUP, em abril deste ano, aponta que ‘com setores da economia paralisados em função da Ope­ração Lava Jato, as demissões já atingem em cheio a cadeia produtiva movimentada pela estatal.

Segundo estimativas do Sin­dicato das Indústrias da Cons­trução Naval (Sinaval), mais de 10 mil postos de trabalho foram fechados nos estaleiros e mais 30 mil empregos correm o risco de serem extintos. Na indústria de máquinas e equipamentos, já ocorreram 13 mil demissões em 2015 e nos setores liga­dos à Construção Civil, foram 241.580 postos de trabalho en­cerrados desde setembro do ano passado, segundo o Cadastro Geral de Emprego e Desempre­go, o Caged’.

Para Wagnão, existem mui­tos interesses em enfraquecer a Petrobras e a operação da PF está sendo usada por esses grupos, na tentativa de contro­larem as reservas do Pré-Sal, avaliadas em mais de 15 trilhões de dólares.

“Desde que foi anunciado o potencial de produção destes campos da Petrobras, estamos observando uma ação para desestabilizar a companhia”, destacou.

“Uma destas ações é do se­nador José Serra, do PSDB, que propõe a retirada da participa­ção mínima de 30% da estatal, na exploração e produção de petróleo do Pré-Sal”, criticou o secretário-geral.

“E qual é a justificativa dele para isso? Exatamente as inves­tigações que vem sendo feitas pela justiça”, denunciou.

Segundo Wagnão, essa dis­puta pelo petróleo brasileiro é a principal responsável pela crise política e os trabalhadores devem estar atentos a isso.

“Eles já tentaram privatizar a Petrobras antes, não é novi­dade”, disse.

“O que não vamos permitir e que transformem isso em uma guerra no Brasil. Ou eles querem que o País seja um novo oriente médio?”, questionou.

Da Redação.