Brasil sofre com falta de peças enquanto Coreia do Sul investe bilhões em chips
Em meio à continuidade da escassez de semicondutores, que atinge a diferentes setores industriais e regiões do planeta, a Coreia do Sul anunciou investimentos de quase US$ 50 bilhões, somente neste 2022, para ampliar sua produção de chips. É quase 10% a mais do que já foi investido em 2021, segundo informou a Korea Semiconductor Industry Association, associação que representa as fabricantes locais, à publicação The Korea Herald.
O investimento será realizado com algum apoio governamental: o Ministério da Indústria prometeu criar mais vagas em cursos de formação superior relacionados a semicondutores para ampliar a massa trabalhadora do setor, reduzir a burocracia e os impostos e aprimorar a infraestrutura para a indústria de chips.
Uma nova legislação para a indústria foi prometida para julho. A Coreia do Sul sabe da importância dos semicondutores para sua indústria no futuro e conta com um bom lobby, pois o presidente da associação que negociou com o governo é executivo da Samsung, diretamente interessada no assunto pelos dois pontos da cadeia, como produtora e como consumidora.
Na contramão a indústria brasileira mais uma vez assiste, com certa ponta de inveja, a organização, a firmeza das decisões e a rapidez dos sul-coreanos. Trata-se de investimento com visão e retorno de longo prazo, grandes valores envolvidos, a necessidade de articulação de vários setores e uma atuação firme dos poderes legislativo e executivo, algo que, no contexto atual, não parece fazer parte dos planos de um governo que bate cabeça e está preocupado apenas com o curtíssimo prazo, de olho nas eleições de outubro.
Da AutoData