Brasil tem 2,4 milhões de carros com airbag defeituoso em circulação, diz programa

Reação com nitrato de amônio causa explosão do equipamento produzido por empresa japonesa e lança fragmentos metálicos contra o condutor

Ao menos sete pessoas morreram no Brasil após a explosão de airbags da marca japonesa Takata, segundo reportagem do Fantástico exibida no domingo (25). O programa revelou ainda que 2,4 milhões de veículos fabricados entre 2001 e 2018, por 17 montadoras, circulam no país com o equipamento defeituoso e precisam de recall. Conforme a reportagem, as mortes foram causadas por perfurações similares as ocasionadas por disparos de armas de fogo.

Elas resultam de uma explosão com nitrato de amônia, dispositivo utilizado para inflar o airbag, que lança objetos metálicos em direção aos condutores. Essa bolsa de airbag abre a cerca de 320 km/h. Então, juntando uma explosão muito forte, com uma peça fragilizada (pelo composto químico), esses fragmentos, que estão a menos de 1 metro do motorista, saem como se fosse um tiro a queima roupa — disse ao Fantástico Rodolpho da Hora, perito em trânsito do Rio de Janeiro.

A explosão é resultado do contato do composto químico com a umidade e o calor. A reação corrói o equipamento e causa a falha, mesmo com o veículo em baixa velocidade. Após a descoberta da falha em 2013, 5,8 milhões de veículos foram chamados para recall – troca da peça. Apesar disso, a reportagem do Fantástico revela que 2,4 milhões ainda circulam com o equipamento defeituoso.

A Takata decretou falência em 2017, após a escalada no número de mortes ligadas à falha. Na época, 16 casos fatais haviam sido confirmados e a empresa foi condenada a pagar multa de US$ 1 bilhão nos Estados Unidos – onde mais de 20 milhões de veículos com a falha foram vendidos. No Brasil, as mortes atreladas à falha no airbag da Takata foram registradas no Rio de Janeiro, Ceará, Minas Gerais e Sergipe.

Do GZH