Brasil tem maior taxa de desemprego desde o início da pandemia e atinge 14 milhões
A taxa de desemprego da quarta semana de setembro ficou em 14,4%, atingindo 14 milhões de trabalhadores, de acordo com a Pnad Covid-19, divulgada na última sexta-feira, 16, pelo IBGE. É a maior taxa desde o início da pandemia.
Em cinco meses, mais de 4,1 milhões de brasileiros ficaram desempregados por causa da pandemia, que agravou a crise econômica no país. Na primeira semana de maio, a taxa de desemprego era de 10,5% e atingia 9,8 milhões de trabalhadores. Entre a primeira semana de maio e a quarta semana setembro aumentou em 43% o número de desempregados no país.
“Além da alta taxa de desemprego, houve também um significativo aumento no número de pessoas que desistiram de procurar emprego. Tudo isso, por falta de política clara do governo para criação de emprego, sobretudo emprego de qualidade e emprego industrial”, lembrou o diretor executivo do Sindicato, Aroaldo Oliveira da Silva.
“Além da alta taxa de desemprego, houve também um significativo aumento no número de pessoas que desistiram de procurar emprego”.
Aroaldo Oliveira da Silva
Desalentados
A última pesquisa divulgada pela Pnad Contínua apontou que o Brasil tinha 5,797 milhões de pessoas em desalento no trimestre móvel encerrado em julho, 771 mil pessoas a mais na comparação ao trimestre móvel anterior, o correspondente a uma alta de 15,3%. O resultado foi recorde da série histórica da pesquisa do IBGE, iniciada em 2012.
Desemprego por Região
Dos 14 milhões de desempregados na penúltima semana setembro, 6,3 milhões estavam na Região Sudeste (6,3 milhões), que é a mais populosa do país.
Mas foi na Região Nordeste onde foi registrada a maior alta no número de desempregados, que passou de 2,3 milhões na primeira semana de maio para 3,9 milhões na penúltima de setembro, o que corresponde a uma alta de 69% no período.
A Região Norte registrou a segunda maior alta e número de desempregados passou de 890 mil para 1,3 milhão, um aumento de 46,9%.
Já o Sudeste, registrou alta de 39,2% no número de desempregados, passando de 4,3 milhões para 6,3 milhões.
No Centro-Oeste, o total de desempregados aumentou de 819 mil para 1 milhão (+25%).
Na Região Sul, passou de 1,3 milhão para 1,5 milhão (+16,5%).
Sobre a Pnad Covid
A pesquisa avalia o mercado de trabalho, mas não pode ser comparada a Pnad Contínua, que é usada como indicador oficial do desemprego no país, devido às características metodológicas, que são distintas.
Os dados da Pnad Contínua mais atuais são referentes a julho, quando o país atingiu taxa de desemprego recorde, de 13,8%, com mais de 13,1 milhões de brasileiros em busca de uma oportunidade no mercado de trabalho.
Com informações da CUT