Brasil tem potencial para crescer mais de 4% ao ano, diz Coutinho

A economia brasileira tem potencial para crescer mais de 4% ao ano, segundo o presidente do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), Luciano Coutinho. Para ele, o grande desafio do país é promover o aumento da produtividade das empresas.

“Nada impede o desenvolvimento do Brasil, a não ser nossa própria capacidade de organizar esse processo”, afirmou Coutinho durante evento sobre crédito para pequenas e médias empresas realizado nesta sexta-feira, em São Paulo. Ele classificou como “natural” a ansiedade do mercado, já que “estamos vivendo um ciclo de ajuste na economia global e, internamente, um ajuste nas expectativas e inflação”.

Entretanto, destacou que o processo de concessões vai contribuir para o entendimento de que o Brasil tem oportunidades rentáveis de investimento e, portanto, retomará a trajetória de expansão. “Tenho confiança de que as concessões serão executadas com êxito, atraindo muitos investidores”, comentou, referindo-se a projetos em logística, energia e petróleo e gás.

Questionado sobre quando o Brasil poderia voltar a crescer mais de 4% ao ano, Coutinho respondeu que “é difícil ter uma bola de cristal para saber quando a superação das incertezas vai acontecer”.

Investimento

Coutinho estima que os investimentos no setor produtivo no Brasil têm condições de crescer ao menos 6% ao ano nos próximos quatro anos. O cálculo toma por base os números de consultas e de desembolsos realizados pela instituição no primeiro semestre deste ano.

Neste período, as consultas ao BNDES cresceram 6% em relação ao mesmo período de 2012, alcançando R$ 125 bilhões, enquanto os desembolsos saltaram 65%, para R$ 88,4 bilhões. “Embora na margem o crescimento das consultas não tenha sido grande, o patamar de R$ 320 bilhões [no acumulado de 12 meses encerrados em junho] é muito alto historicamente. Isso mostra que o estoque de projetos que vai virar possível enquadramento é muito alto”, afirma Coutinho.

Entre os economistas, há dúvidas quanto à recuperação dos investimentos diante da piora na confiança de consumidores e empresários e dos dados fracos da economia referentes ao terceiro trimestre.

 

Do Valor Econômico