Brasil terá 1,5 milhão de novos empregos em 2009
Para ministro do Trabalho, o primeiro trimestre de 2009 ainda será frágil na geração de novas vagas de trabalho, mas, assim como o mercado consumidor, a partir de março, a geração de empregos volta a crescer
Depois de gerar mais de dois milhões de postos de trabalho formais em 2008, o Brasil deverá gerar 1,5 milhão de novas vagas em 2009, segundo o ministro do Trabalho e Emprego, Carlos Lupi. “O Brasil está passando pelos efeitos da crise. Em janeiro a situação se estabiliza e em março volta o crescimento”, avalia.
Para Lupi, o primeiro trimestre de 2009 ainda será frágil na geração de novas vagas de trabalho, mas, assim como o mercado consumidor, a partir de março a geração de empregos volta a crescer.
Pequenos e médios empresários poderão ter mais recursos para investir em 2009. O ministro Lupi informou que aguarda apenas os balanços da arrecadação de 2008 do Fundo de Amparo ao Trabalhador (FAT) e do Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS) para definir quanto será possível disponibilizar. “O excedente dos depósitos especiais do FAT poderá ser liberado ao BNDES vinculado à pequena e média empresa, por exemplo. Os recursos extras do FGTS poderão ser usados para investimentos em habitação popular e saneamento”, diz.
Segundo Lupi, o FGTS tem o maior patrimônio entre os fundos da América Latina, e fechará 2008 com mais de R$ 5 bilhões de superavit. Para o ministro, o Fundo tem função importante de amparo e incentivo ao trabalhador.
Vinte e três mil vagas – Em seis capitais brasileiras – São Paulo, Rio de Janeiro, Porto Alegre, Belo Horizonte, Salvador e Brasília – as agências do Sistema Nacional de Emprego (Sine), têm 23.762 vagas abertas apenas entre as 30 ocupações que mais ofertam empregos. São Paulo com 11.564 posições, com destaque para operador de telemarketing (3.092 vagas). Já no Rio, dos 5.807 cargos disponíveis, 1.055 são para vendedor em lojas; 713 atendentes de lanchonete e 456 caixas.
Nas demais quatro capitais o número de vagas em aberto é de 4.261 em Porto Alegre; 1.107 em Belo Horizonte; 699 Salvador e 324 Brasília. O setor de telemarketing (ativo, receptivo ou bilíngue) continua a ofertar mais posições: 5.045 delas.
As demais profissões no topo de cada estado são: auxiliar de limpeza (1.027 em SP), recepcionista bilíngue (900 em Porto Alegre), promotor de vendas (133 em Salvador), servente de obras (67 em Belo Horizonte) e repositor de mercadorias (26 em Brasília).
Podem se inscrever no Sistema os trabalhadores empregados ou desempregados; entre eles os portadores de deficiência, idosos, jovens do primeiro emprego e também os empregadores da iniciativa privada ou governamental, que ofertam as vagas. Além do contato nas agências do Sine, o Ministério do Trabalho e Emprego atualizou uma página só para isso. Basta acessar www.mte.gov.br/postos.
Outra opção é ligar na Central de Relacionamento Trabalho e Emprego. Para as regiões Sul e Centro-Oeste, e os estados do Acre, Rondônia e Tocantins, o telefone é 0800 610101. E regiões Sudeste, Nordeste e Norte, exceto os estados do Acre, Rondônia e Tocantins, 0800 2850101.
Recuperação – O ministro Lupi avaliou que o mercado está se fortalecendo com as medidas adotadas pelo governo desde o último trimestre de 2008, como a redução do IPI. “Já começamos a retomar o crescimento com a ampliação das linhas de crédito, o crescimento das vendas no setor automotivo de 10% em dezembro e o crescimento do comércio nas festas de Natal e Ano-Novo em média 6% maior (ambos em relação a 2007)”, afirmou.
De acordo com o ministro, o governo está trabalhando para investir recursos nos setores mais afetados pela crise, como construção e saneamento, oferecendo mais linhas de crédito para habitação popular e as áreas de construção e baixando alíquotas de impostos, como na Zona Franca.
O Bolsa Qualificação, uma modalidade de seguro-desemprego, tem sido vista por empresários como solução para o momento de baixa nas vendas, em substituição à demissão. Com a previsão de crescimento das solicitações, o Ministério do Trabalho e Emprego prepara uma Regulamentação para a Lei que rege o benefício, que poderá ser uma resolução ou um ato ministerial.
“Como a crise trouxe este benefício à tona, precisamos tomar cuidado porque este dinheiro é do Fundo de Amparo ao Trabalhador, e não de amparo ao empresário. Precisamos regulamentar, por exemplo, os cursos de qualificação a serem pagos pelos empresários aos trabalhadores, mensurando o tipo de curso, onde ele será ministrado, a quantidade de horas-aula e o benefício que este curso trará ao trabalhador”, explicou Lupi.
Do Em Questão