Brasil terá desemprego menor do que restante do mundo em 2009, diz BC

O BC também tem a expectativa de que a massa salarial deve subir 3,5% sobre o ano passado, incluindo reajustes do funcionalismo público

Mesmo com a crise, o Brasil deve fechar 2009 com nível de desemprego bem menor do que a média global, e até melhor do que média anterior à crise mundial.

Segundo o Banco Central (BC), a taxa de desemprego deve ficar em 7,6%, acima dos 6,8% de 2008, mas bem inferior à média de 9,3% de 2007, e ainda abaixo dos índices (acima de um dígito) projetados para economias desenvolvidas no ano.

O BC também tem a expectativa de que a massa salarial deve subir 3,5% sobre o ano passado, incluindo reajustes do funcionalismo público. O crescimento das remunerações somente no setor privado deve ficar em 2,5%, sendo que no período de janeiro a maio já acumula aumento de 3,3%.

“O pico da taxa desemprego deve ocorrer em julho, em 9,8%”, explicou o diretor de Política Econômica do BC, Mario Mesquita, “mas deve voltar a declinar”, acrescentou. Ontem, o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) divulgou que o desemprego em maio correspondia a 8,8%.

“O mercado de trabalho tem se mostrado um fator de resistência, na crise brasileira”, disse Mesquita. Ele citou que vários fatores estão contribuindo para que os empresários brasileiros resistam mais a demitir, ao contrário das demissões em massa que seguem ocorrendo em todo o mundo. “A economia brasileira está tendo um desempenho, na margem, melhor do que economias maduras”, citou ele.

Segundo o diretor do BC, pode pesar na tendência de maior contração do emprego nas economias de países europeus, e em algumas regiões dos Estados Unidos, o fato de que “o emprego nessas áreas estava mais associado aos setores de construção civil e imobiliário, epicentros da crise global, e por isso tendem a sofrer mais com a própria crise.”

Mesquita fez essas considerações ao comentar as novas projeções da autoridade monetária, contidas no Relatório de Inflação divulgado hoje, que, entre outros indicadores, apontou queda da inflação oficial (IPCA) para 3,9% em 2010, abaixo da meta de 4,5%.

Do Valor Online