Brasil terá primeiro centro de memória para vítimas da ditadura

A iniciativa da Prefeitura de Petrópolis é de usar a “Casa da Morte” como museu

O resgate da memória de desaparecidos e perseguidos políticos do regime militar vai ganhar forma com a criação do primeiro centro de memória do país em Petrópolis, na Região Serrana do Rio de Janeiro. A sede será onde funcionou por décadas a vergonhosa “Casa da Morte”, no bairro de Caxambu. Segundo relatos de sobreviventes, diversas pessoas foram presas, torturadas e mortas no local pela ditadura. 

O projeto começou a ser fomentado em reunião da deputada e presidenta da Comissão de Cultura da Câmara, Jandira Feghali (PCdoB-RJ), com o prefeito de Petrópolis, Rubens Bomtempo; o procurador-geral do Município, Marcus São Thiago e a ministra dos Direitos Humanos, Maria do Rosário, na semana passada.

A parceria da parlamentar com o município e o Ministério possibilitará a criação do primeiro centro de uma futura rede nacional a ser promovida pela Secretaria de Direitos Humanos da Presidência da República.

A iniciativa da Prefeitura de Petrópolis é de usar o espaço como museu: “O espaço pode ganhar caráter de utilidade pública”, explica o prefeito, entusiasta do projeto e que teve familiares perseguidos na época do regime.

Além do acervo, o objetivo do projeto é abrigar também capacitação profissional, como a formação de historiadores; e oficinas, além de servir de base para a criação de outros centros de memória nos estados.

“Ter essa parceria da ministra conosco é fundamental. Ao mesmo tempo em que a Comissão da Verdade luta para resgatar a memória das vítimas da ditadura, criar um centro que os homenageia num local onde foi palco para tortura é promover a reflexão sobre aquela época que não pode mais voltar”, adianta Jandira Feghali.

Do Vermelho.com