Brasil vai gerar 2 milhões de empregos em 2010, diz estudo do Ipea

Dos 2 milhões de novos postos de trabalho, 700 mil serão criados em São Paulo. Os setores de comércio e reparação (852,65 mil), indústria (303,09 mil), construção (271,39 mil) e alojamento e alimentação (254,36 mil) vão liderar a geração de vagas. Estudo revela, porém, que 22% dos trabalhadores não têm qualificação profissional necessária


O Brasil deve criar 2 milhões de novos postos de trabalho em 2010, segundo o estudo “Emprego e oferta qualificada de mão de obra no Brasil: impactos do crescimento econômico pós-crise”, divulgado nesta quarta-feira (10) pelo Ipea (Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada).

Segundo o Ipea, a economia brasileira deverá apresentar uma demanda de 18,6 milhões de ocupações a serem preenchidas por mão de obra qualificada e com experiência profissional. A perspectiva leva em conta um ritmo de expansão econômica estimado em 5,5% no ano de 2010. Os setores de comércio e reparação (852,65 mil), indústria (303,09 mil), construção (271,39 mil) e alojamento e alimentação (254,36 mil) vão liderar a geração de vagas.

Dos 2 milhões de novos postos em todo o País, São Paulo deve responder por 700 mil empregos criados. O setor de comércio deve gerar a maior parte das novas oportunidades, com 314 mil postos. Com isso, São Paulo deverá ser, em 2010, o Estado com maior abertura de novos postos, mas também será a unidade da federação com maior rompimento de contratos de trabalho (5,4 milhões de demitidos).

Qualificação

Para 2010, a estimativa, segundo o Ipea, é que existam 19,3 milhões de pessoas disponíveis, com qualificação e experiência profissional adequada para responder à demanda potencial de 18,6 milhões de trabalhadores. Ou seja, entre aqueles com qualificação, haverá um excedente de 653 mil trabalhadores qualificados e com experiência, mas que não encontrarão emprego.

Desses trabalhadores, a maior parte está no Estado de São Paulo: serão 6,1 milhões de trabalhadores disponíveis com qualificação e experiência. A maior parte deles será de um contingente de empregados demitidos. Esses trabalhadores estão concentrados no setor de comércio e reparação.

Serviços sociais, coletivos e pessoais será o segmento econômico com maior excesso de mão de obra qualificada, com 612,2 mil trabalhadores.

Em contrapartida, segundo o Ipea, a massa de trabalhadores sem qualificação (22,2% do total de trabalhadores disponíveis) requer políticas públicas de combate a essa exclusão, visto que constitui-se um exército que não se encontra nas mesmas condições de competitividade no mercado de trabalho.

O Brasil deve ter um excedente de mão-de-obra qualificada em 2010, mas alguns estados podem registrar escassez de trabalhadores, segundo o estudo .

De acordo com os dados do órgão, o país deve ter uma demanda potencial por mão-de-obra de 18,6 milhões de vagas e deve contar com 24,8 milhões de trabalhadores disponíveis, entre desempregados e pessoas que estão entrando no mercado de trabalho.

No entanto, de acordo com o Ipea, só 19,3 milhões desses trabalhadores disponíveis têm a experiência profissional e a qualificação necessária para assumir as vagas disponíveis imediatamente. Isso significa que 22% dos trabalhadores sem emprego não têm a qualificação exigida pelos empregadores.

Estados

Segundo o Ipea, no Brasil deve haver excedente de quase 653 mil trabalhadores qualificados neste ano. No entanto, em alguns estados e setores, podem faltar empregados.

No Paraná, podem faltar 18,4 mil trabalhadores com experiência e qualificação. Já em Santa Catarina, pode haver falta de 13,3 mil pessoas para preencher vagas.

Nos setores de serviços sociais, coletivos e pessoais, no industrial e no agrícola, deve haver excedente de trabalhadores qualificados e com experiência. No entanto, nos setores de comércio e reparação, de saúde, educação e serviços sociais, de alojamento e alimentação e de construção civil, pode haver falta de mão-de-obra qualificada. No setor de comércio e reparação, o Ipea prevê falta de até quase 188 mil trabalhadores qualificados.

 

 Das Agências