Brasil vive devastação total após um ano de pandemia
Sob governo negacionista, país ultrapassou os Estados Unidos e tem agora a mais alta média de mortes por Covid do mundo
O Brasil está no rumo para conquistar o primeiro lugar em casos de mortes por Covid-19 no mundo. Há um ano da data em que a OMS (Organização Mundial da Saúde) decretou a pandemia, em 11 de março de 2020, o Brasil soma mais de 270 mil óbitos e os Estados Unidos, perderam 530 mil vidas para a doença. A diferença ainda é grande, mas o governo do Brasil parece seguir firme no seu propósito. A China, onde a pandemia começou, não atingiu 5 mil vidas perdidas (confira o quadro).
Enquanto nos EUA a velocidade no número de óbitos está caindo, aqui cresce de forma assustadora e a curva se mantém alta passando das 2.300 mortes diárias. Ao menos na média de mortes o Brasil já é “campeão”. Com média de 1.645 mortes por dia, aumento de 43% em duas semanas, o Brasil ultrapassou os EUA e tem agora a mais alta média de mortes por Covid do mundo.
“Esse é um título que nós não queremos de jeito nenhum, mas que o governo e seus seguidores negacionistas parecem buscar a todo custo. Há um ano repetimos aqui a necessidade das medidas se segurança para conter a proliferação do vírus, orientamos nossa base, cobramos medidas das empresas, e dos governos. É uma tragédia sob o governo de Bolsonaro que se mostra totalmente omisso diante deste cenário devastador”, declarou o secretário-geral do Sindicato, Moisés Selerges.
“A morte por Covid-19 não pode ser uma coisa banalizada, não é normal. A vida é divina. Dói saber que tantas famílias perderam pessoas e outras ainda perderão. É até depressivo ouvir todo dia que não tem UTI, não tem máscara, não tem vacina. E o governo não tem nem vergonha na cara”, afirmou. “Temos que ser fortes e ter fé, cobrar para que haja vacina para todo mundo e condições para que as pessoas sobrevivam na pandemia com a questão do auxílio emergencial”, defendeu.
Na contramão do mundo
A OMS (Organização Mundial da Saúde) apontou o Brasil como o cenário mais preocupante de todos. No mundo, a queda de mortes foi de 6%, enquanto no Brasil houve salto de 23%, de acordo com o relatório de situação dos dias 1 a 7 de março.
O Brasil também está na liderança de novas infecções em sete dias, com 500 mil casos. Os Estados Unidos tiveram 479 mil e a França, 147 mil.
Os EUA estão com ritmo acelerado de vacinação, com média diária de dois milhões de doses aplicadas, totalizando cerca de 28 milhões de doses. No Brasil, a vacinação segue lenta. O ministro da Saúde, Eduardo Pazuello, reduziu pela quarta vez a expectativa de vacinas que estarão disponíveis em março. A primeira previsão era de 46 milhões de doses, agora caiu para 22 a 25 milhões.
Fase emergencial em SP
No Estado de São Paulo onde 42 pessoas já morreram a espera de um leito de UTI e que soma 53 municípios com UTIs completamente lotadas, o governo decretou ontem “fase emergencial” mais restritiva no combate à pandemia.
As restrições começam na próxima segunda-feira,15. Será estabelecido toque de recolher a partir das 20h até as 5h do dia seguinte, proibido o acesso a praias e parques e qualquer tipo de aglomeração. Todas as atividades administrativas das empresas e órgãos públicos deverão ser realizadas em teletrabalho. Atividades esportivas e religiosas coletivas serão proibidas. As escolas terão o recesso antecipado para o período de 15 a 28 de março. A medida vai valer até 30 de março.
Pandemia no mundo
2.615.018 mortes
117.799.584 casos
268.205.245 doses de vacinas aplicadas
China (1º epicentro da doença)
4.849 mortes
102.172 casos
Países com mais mortes
Estados Unidos 523.986
Brasil 268.370
México 191.789
Índia 158.189
Reino Unido 124.987
Itália 100.811
Rússia 90.734
França 89.077
Alemanha 72.810
Espanha 71.961
Países com mais casos
Estados Unidos 28.879.927
Índia 11.285.561
Brasil 11.122.429
Rússia 4.360.823
Reino Unido 4.234.928
França 3.894.447
Espanha 3.178.442
Itália 3.123.368
Turquia 2.821.943
Alemanha 2.532.947