Brasileiro apoia reforma política
Um em cada três entrevistados que ouviu falar do tema não sabe citar qualquer tema em debate
Pesquisa Ibope divulgada ontem (25) pelo jornal O Estado de S. Paulo mostra que a maior parte da população apoia a realização de uma reforma política, ainda que o nível de conhecimento sobre propostas concretas seja baixo. De acordo com o levantamento, 39% concordam totalmente com a aprovação de novas regras, somados a 33% que concordam “em parte”. 18% não concordam nem discordam, 4% discordam totalmente e 3% discordam em parte.
O problema, porém, é que há um baixo nível de conhecimento sobre a existência de um debate evocado por Dilma Rousseff como resposta às manifestações de junho. Segundo o levantamento, 36% têm conhecimento sobre a discussão, contra 54% que ouviram falar pela primeira vez a respeito quando foram questionados pelo pesquisador, e 10% que não souberam responder.
52% se consideram nada informados a respeito do assunto, 34% dizem estar pouco informados e apenas 7% afirmam se sentir bem informados.
Dentro destes últimos dois grupos, um em cada três entrevistados não sabe enumerar temas que são debatidos na reforma política. O fim do voto secreto no Congresso foi a questão mais lembrada pelos que conseguiram citar uma medida concreta, com 23% dos entrevistados, seguido pelo fim dos suplentes de senador, 22%, e pelo fim do voto obrigatório, também com 22%.
A realização de um plebiscito, centro das propostas apresentadas por Dilma, foi recordada por 18%, e a mudança na forma de financiamento de campanhas, bandeira encabeçada pelo PT da presidenta, teve 12% das citações, empatada com a redução do número de partidos.
O senador Romero Jucá (PMDB-RR) promete apresentar na terça-feira uma proposta de minirreforma eleitoral, a tempo de que seja votada até outubro, prazo para que valha já para as eleições de 2014. Uma das questões que serão defendidas pelo parlamentar é o começo da campanha apenas em agosto, e não mais em junho, como forma de garantir a redução de gastos, a princípio deixando de lado a ideia de financiamento público de campanha, medida vista como importante para moralizar a disputa ao enfraquecer o poder político exercido pelos doadores privados.
Na Câmara, o grupo comandado por Cândido Vaccarezza (PT-SP) começa a votar em setembro uma série de propostas, mas já se especula que as medidas não sejam aprovadas a tempo de valer para as eleições do ano que vem.
Da Rede Brasil Atual