Brasileiro fica mais tempo no emprego
O tempo médio de permanência do brasileiro no seu emprego atingiu um patamar recorde de 161,2 semanas – ou pouco mais de três anos – no primeiro trimestre deste ano. Segundo dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística, o IBGE, compilados pelo jornal O Estado de S. Paulo, este patamar é o mais alto de toda a série histórica, iniciada em 2002.
No primeiro trimestre de 2003, quando Lula assumiu a Presidência, o indicador apontava uma duração média de 135 semanas. Isso significa que, em pouco mais de uma década, subiu de dois anos e meio para 3,1 anos a duração média do contrato de trabalho formal no País.
Segundo o economista João Saboia, especialista em mercado de trabalho da Universidade Federal do Rio de Janeiro, os dados levantados pelo jornal podem indicar uma nova atuação do brasileiro com seu emprego. Ele tem esticado sua permanência no trabalho.
“Uma hipótese que esses dados indicam é essa e, também, empresas menos dispostas a trocar a mão de obra, retendo os profissionais por mais tempo, aguardando uma nova tendência, seja ela de crise, algo que parece mais difícil, ou de novo ciclo de crescimento”, disse.
O dado mais elevado de toda a série foi encontrado em março deste ano, quando o tempo médio de permanência no emprego chegou a 164,5 semanas, ou quase 3,2 anos. No mês anterior, o indicador apontava 161,1 semanas. Nunca, em 12 anos de dados mensais, esse termômetro havia registrado 160 semanas ou mais.
Outra possibilidade que os dados podem indicar seria um aumento da formalização no mercado de trabalho. Como a pesquisa do IBGE é feita com trabalhadores formais e também informais, e o tempo de permanência tem crescido, esse fenômeno pode ser a formalização. Isto é, o trabalhador que já desempenhava a função como informal, e depois teve a carteira assinada, prolonga o tempo total na vaga.
“A grande notícia é o que está acontecendo neste momento, em 2014″, disse Saboia, “porque o ritmo dos últimos anos tem sido razoavelmente parecido, e começou a subir mais fortemente neste ano”.
Da Redação