Brasileiro reduz o medo de perder o emprego

A visão do brasileiro sobre o futuro é reflexo de mudanças no presente, já que desde março, mês de maior índice de desemprego, o valor tem apresentado queda

A visão dos brasileiros sobre o emprego, que se mostrava negativa entre novembro de 2008 e março de 2009, melhorou e atingiu uma percepção neutra. Assim, ao pensar em como estarão as ofertas de trabalho nos próximos 12 meses, a população não é mais tomada por sentimento negativo.

Essas informações foram apuradas pela GfK, uma empresa de pesquisas, que, a cada dois meses, entrevista brasileiros de 12 capitais ou regiões metropolitanas, somando 1.000 consumidores, além de outras entrevistas em diversos países da Europa (Alemanha, Espanha, França, Grã-Bretanha e Itália), e da América do Sul (Chile e Colômbia). Com base nas respostas, é calculado um índice que tem como referência o valor 100, assim quanto mais acima deste valor estiver o índice, mais positiva é a percepção do consumidor e vice-versa.

De tal modo, a percepção do brasileiro sobre o desemprego caiu de um patamar de 106, em setembro de 2008, para 95, em novembro de 2008, tendo permanecido abaixo deste nível desde então, quando finalmente, em maio de 2009, se recuperou, alcançando o valor 100, que equivale a nulo.

Os valores da taxa de desemprego do IBGE – Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística – levam a crer que a visão do brasileiro sobre o futuro é reflexo de mudanças no presente, já que desde março, mês de maior índice de desemprego (9,0%), o valor tem apresentado queda, alcançando 8,1% em junho.

Analisando os outros países, no Chile e na Europa (Alemanha, Espanha, França, Grã-Bretanha e Itália), o sentimento dos consumidores com relação ao emprego foi extremamente abalado pela crise mundial, o que não ocorreu na Colômbia, que antes da crise tinha oscilações mais bruscas na confiança sobre o assunto.

O Brasil também se comporta de forma diferente do Chile e da Europa. Apesar de a população ter visto a questão do emprego de forma negativa durante um intervalo de quatro meses, as oscilações e o seu grau de negatividade foram muito mais amenos no País.

Ao contrário do Brasil, na Europa a percepção do consumidor com relação ao desemprego já estava negativa (67) antes da crise, em maio de 2009, e chegou a apenas 35 no decorrer deste ano. Porém no último período, em junho de 2009, houve uma recuperação, alcançando 49. Portanto, apesar do pessimismo do consumidor europeu com relação a este aspecto, esta percepção vem melhorando.

Já o Chile apresentou em maio de 2009 uma forte tendência de recuperação. A percepção com relação à evolução do desemprego passou de 49, em abril de 2009, para 68, em maio, e para 74, em julho desse ano. Mudanças muito positivas, porém que ainda demonstram resultados negativos, já que o valor ainda é inferior a 100.

Do UOL