Brumadinho: Tragédia completa quatro anos com risco de prescrição do crime

Dezesseis pessoas ligadas à Vale e à consultoria alemã Tüv Süd tornaram-se novamente réus e responderão na Justiça Federal por crimes

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A tragédia do rompimento da barragem da Vale em Brumadinho, Minas Gerais, completou ontem quatro anos com um saldo de 272 mortes, uma pergunta sem resposta – onde estão os três corpos que ainda não foram encontrados? – e uma certeza: este é um dos maiores crimes socioambientais do país que segue impune.

A barragem da Mina Córrego do Feijão que armazenava o equivalente a 400 mil caminhões-pipa de rejeitos se rompeu num tsunami de lama na manhã de 25 de janeiro de 2019. Essa lama espessa levou tudo no caminho, desde casas a plantações, e moradores na região sofrem até hoje com problemas relacionados à contaminação. A Vale nega aos atingidos a participação nos debates sobre as ações de reparação.

Na última terça-feira, dia 24, 16 pessoas ligadas à mineradora e à consultoria alemã Tüv Süd – que avalizou o funcionamento da barragem de Brumadinho – tornaram-se novamente réus e responderão na Justiça Federal por crimes relacionados.

A ministra Rosa Weber, presidenta do STF (Supremo Tribunal Federal), determinou na semana passada o início imediato do andamento do processo penal na esfera federal. A decisão atende a um pedido das vítimas dos familiares que temem o risco de prescrição.

Segundo o MAB (Movimento dos Atingidos por Barragens) para que a reparação seja integral e contemple todos os prejuízos ambientais do território, a Vale precisa ser punida. “Quanto mais tempo demora essa punição, aumenta o risco de reincidência de crimes e a ‘revitimização’ das pessoas atingidas”, declarou a entidade.

Para cobrar autoridades, o MAB realizou ontem a “Jornada 4 anos do crime da Vale em Brumadinho: em luta por Justiça, reparação e segurança”. Manifestantes participaram pela manhã da 4ª Romaria pela Ecologia Integral a Brumadinho e do ato Indenização Justa Já, na Faculdade de Direito da Universidade Federal de Minas Gerais, em Belo Horizonte. A tarde, foram até a sede do Tribunal de Justiça de Minas Gerais, também na capital, para cobrar reparação integral dos crimes nas Bacias Rio Doce e Paraopeba.

Com informações da Rede Brasil Atual