Bush copia pacote inglês contra a crise

Para economista, os desafios pra o Brasil são bem mais simples que para os EUA e Europa

O presidente dos Estados Unidos, George Bush, anunciou nesta terça-feira que o governo norte-americano adquirirá ações dos bancos privados para fortalecer sua posição e garantirá a nova dívida emitida por essas instituições.

A medida que Bush classificou como “sem precedentes” nada mais é do que uma cópia do programa de recapitalização e nacionalização (estatização) do sistema bancário, anunciado pela Inglaterra, na segunda-feira, que repercutiu por todo o mundo e alterou drasticamente o movimento negativo das Bolsas de Valores.

Mais do que isso, o acertado modelo inglês vem depois de muitos erros americanos, como os cometidos pelo secretário do Tesouro americano, Henry Paulson, que engendrou um pacote de recompra dos títulos podres que, na prática, preservava os interesses dos bancos de investimento e os bônus milionários de seus executivos.

Não só foi um fracasso, como também mostrou a todos que o sistema bancário norte-americano estava quebrado e a necessidade de uma recapitalização.


Brasil continua fora da crise – No Brasil, onde a crise não causou os estragos registrados em outros países, confirmando as previsões de autoridades federais, os desafios para a normalização do mercado são mais simples, como conta o economista, Luiz Nassif.

“O governo precisa tomar três atitudes agora: mapear as empresas e os bancos que quebraram a cara com as operações especulativas no mercado de câmbio; montar canais que permitam que o crédito seja restabelecido diretamente junto ao cliente de banco; e preparar-se para o próximo ano, capitalizando o BNDES, tratando de reduzir rapidamente o déficit nas transações correntes.”

Nassif acredita que o cidadão comum e pequenas e médias empresas correm baixo risco de perder aplicações financeiras com quebra de bancos. “O BC não poderá deixar nenhum banco quebrar. Portanto, manter o dinheiro em fundos de renda fixa ou DI é uma boa alternativa”.

Para o economista, haverá dificuldades em exportar, devido à contenção do comércio internacional. Mas o câmbio tornará os produtos brasileiros mais competitivos.

Da Redação, com informações do G1 e do Projeto BR