BYD recebeu 3,4 bilhões de euros em benefícios do governo chinês, diz estudo

Subsídios seriam parte de plano para dominar o mercado de veículos elétricos

Os esforços da BYD para entrar em todos os mercados que puder tiveram uma ajuda do governo chinês. É o que diz um estudo do instituto alemão Kiel Institute for the World Economy, após um levantamento de todos os benefícios recebidos pela empresa de Shenzhen desde 2020. A fabricante teria recebido ao menos 3,4 bilhões de euros (R$ 18,58 bilhões) em subsídios diretos do governo, como parte do plano para dominar os veículos elétricos e outras tecnologias limpas.

Subsídios para a indústria são comuns em diversos países, inclusive no Brasil – segundo o Tribunal de Contas da União (TCU), a Stellantis recebe R$ 5 bilhões por ano em benefícios fiscais no Nordeste. Porém, neste caso, a escala é totalmente diferente, com um valor considerado muito maior do que a média para toda a indústria e praticamente todo focado em uma fabricante.

Segundo do instituto, citando os números oficiais divulgados pelo governo chinês e pelas fabricantes, os subsídios ficam entre três e nove vezes mais do que países da Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OECD), como Alemanha e Estados Unidos. Os benefícios são um ponto de disputa com a União Europeia, que está investigando se esta ajuda do governo chinês dá uma vantagem injusta para a indústria do país. Isto acontece em um momento que diversas marcas chinesas estão entrando no mercado europeu.

O instituto Kiel afirma que mais de 99% das empresas listadas receberam algum tipo de subsídio direto do governo em 2022, com o governo frequentemente usando esta ferramenta para promover o avanço de tecnologias importantes. Tem sido feito com frequência em setores envolvendo tecnologias verdes, levando ao crescimento das empresas locais, como células fotovoltaicas para painéis solares e células de baterias. Hoje, a BYD é a que mais recebe subsídios no setor automotivo.

Do Motor1