BYD se aproxima de fabricantes nacionais de peças e anuncia plano de produção local

Montadora chinesa quer nacionalizar 50% de seus componentes a partir de 2027

A BYD inicia o processo de aproximação com os fornecedores locais de peças. Após inaugurar a fábrica de Camaçari (BA) sem divulgar como seria o processo de nacionalização, a empresa anunciou um plano para alcançar o índice de 50% de componentes feitos no Brasil até 2027. A seleção de fornecedores ocorrerá por meio de um programa chamado BYD Quer Conhecer Você, com incentivo à instalação de novas empresas na região da fábrica.

O prazo previsto pela montadora é otimista. O único fornecedor relevante confirmado até agora é a Continental, que produz pneus. O anúncio foi feito durante um webinar (seminário online) com a participação de diretores do Sindipeças e da Abipeças, que representam o setor nacional de componentes automotivos.

Entre junho e julho, as associações que reúnem as montadoras e as fabricantes de autopeças tentaram convencer o governo federal a não aceitar o pleito da BYD, que solicitava a redução do Imposto de Importação sobre os kits de carros desmontados parcialmente ou totalmente. São os regimes conhecidos como CKD e SKD. Pela proposta, a taxa cairia de 18% (SKD) ou 20% (SKD) para 5% e assim permaneceria por 36 meses, interrompendo o ciclo de recomposição previsto para se encerrar em julho de 2028.

No fim, houve mudanças na regra, mas não da forma desejada pela empresa chinesa. O governo decidiu antecipar o retorno da alíquota plena de 35% para janeiro de 2027. Por outro lado, foram concedidas quotas adicionais de importação com alíquota zero para kits CKD e SKD de veículos eletrificados durante seis meses, que somam US$ 463 milhões. A medida anunciada pelo MDIC (Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio) apaziguou o mercado e fez a BYD acelerar o processo de nacionalização da manufatura.

Da Folha de São Paulo