Cada plataforma da Petrobras para o pré-sal vai gerar 5 mil empregos
O prazo para que cada plataforma fique pronta varia de três a três anos e meio
Apenas para a exploração de petróleo da camada de pré-sal nos campos de Iara e Tupi, localizados na Bacia de Santos (SP), a Petrobras prevê a contratação de 30 plataformas, sendo que cada uma deverá gerar mais de cinco mil empregos diretos e indiretos na fase de construção.
O prazo para que cada plataforma fique pronta varia de três a três anos e meio, disse o diretor financeiro e de relações com os investidores da Petrobras, Almir Guilherme Barbassa, em resposta ao senador Tião Viana (PT/AC), autor do requerimento de audiência pública realizada, na manhã de terça-feira (20), na Comissão de Assuntos Econômicos (CAE).
Na abertura de sua exposição, Barbassa afirmou que a produção mundial de petróleo em 2008 foi de 86 milhões de barris/dia e, considerando apenas os campos existentes em produção e seu declínio natural, a projeção para 2030 é uma produção diária de 31 milhões, enquanto a demanda mundial estará em 106 milhões de barris/dia.
“A diferença de 75 milhões de barris/dia virá de novas descobertas, novas fontes energéticas e maior eficiência, daí todo o interesse internacional pelas reservas brasileiras do pré-sal”, afirmou.
O diretor da Petrobras defendeu o regime de partilha das novas concessões do pré-sal que, segundo ele, em nada altera o modelo de concessão existente. “Podemos conviver com os dois modelos, assim como ocorre no mundo inteiro”, afirmou.
Barbassa rebateu afirmação do ex-ministro da Fazenda, Maílson da Nóbrega, de que o modelo de partilha fere a constituição e que é prejudicial à Petrobras.
Segundo o executivo, a partilha prevê maior controle da Petrobras sobre os campos de pré-sal descobertos. Além disso, afirmou não ser verdadeira a afirmação do ex-ministro de que a autossuficiência de produção foi obtida graças ao modelo de concessão.
“Nada disso. Isso é uma mentira. Quem garantiu a autossuficiência foram os investimentos feitos nos megacampos de Jubarte e Albacora, entre outros, descobertos na Bacia de Campos na década de 80, fruto do monopólio do petróleo pelo Estado”, disse ele.
O senador Tião Viana (PT/AC) quis saber qual é a razão para a Petrobras concentrar suas pesquisas de exploração em águas profundas, sendo que na região Amazônica também há registro de reservas combinadas de gás e petróleo.
“No mar, a empresa promove mais de mil pesquisas de perfuração, enquanto na Amazônia, que apresenta uma bacia sedimentar propícia, esse número é bem menor”, disse Tião.
Segundo Barbassa, a política de investimento em pesquisa sempre mantém o foco estratégico de exploração, mas reconheceu que a Amazônia apresenta um potencial expressivo.
O senador Delcídio Amaral (PT/MS), por sua vez, questionou o diretor sobre a participação de 30% da Petrobras na exploração de cada campo do pré-sal que será licitado pelo regime de partilha.
“Será que esse percentual não é muito elevado? Será que não vai afastar os investidores?, perguntou.
Para Barbassa, as empresas do setor petrolífero estão em todos os cantos do mundo onde há petróleo, com a exploração sendo pelo regime de concessão ou de partilha.
“Dizer que o regime de partilha afasta os investidores é uma falácia. O investidor será remunerado com base na produção óleo/lucro, proporcionando menor custo de produção. Nesse caso, o investidor ganhará na apuração do resultado”, explicou.
Já pelo regime de concessão, o investidor paga um bônus de assinatura, por correr o risco de exploração e, assim que começa a produzir, todo o lucro fica para a empresa e o governo com a comissão (royalties).
O senador Eduardo Suplicy (PT/SP) perguntou a Maílson da Nóbrega qual é sua opinião sobre a descoberta de reservas gigantescas na camada do pré-sal. O ex-ministro respondeu que “é uma descoberta maravilhosa, uma dádiva de Deus”.
Da Liderança do PT no Senado