Cada vez mais pessoas se reconhecem negras
Há um escurecimento crescente da população brasileira, pois as pessoas perderam a vergonha de se identificar como negras
Entidades do movimento negro e sindicatos passaram abaixo-assinado na quinta-feira, em
defesa do feriado de 20 de novembro em São Bernardo
A população brasileira está escurecendo. Não porque o número de negros venha aumentando, mas por causa de mudanças na maneira de pensar das pessoas que estão se assumindo como tal.
A afirmação consta da publicação Desigualdades Raciais, Racismo e Políticas Públicas, do Instituto de Pesquisas Econômicas Aplicadas (IPEA).
Segundo o estudo, até o início dos anos 90 a população negra aumentava devido a uma taxa de fecundidade um pouco mais alta.
Em algum momento entre 1996 e 2001, porém, começou um processo de mudança na maneira como os brasileiros se vêem.
Depois daquele período, as pessoas passaram a ter menos vergonha de se identificar como negras e deixaram de se branquear para se legitimar socialmente.
O estudo indica que a mudança se deve, em grande parte, à influência do movimento negro.
“À medida que o debate da identificação racial ganhou as páginas dos jornais; que negros são apresentados nas telenovelas como personagens e não apenas empregados domésticos; são vistos compondo o Supremo Tribunal Federal e ocupando os mais diversos cargos na política; que o movimento negro sai da marginalidade e ocupa espaços no debate político, a identidade negra sai fortalecida,” afirma a publicação.
Câmara aprova cotas raciais em universidades públicas
Ontem, dia da Cons-ciência Negra, a Câmara dos Deputados aprovou projeto de cotas raciais e sociais nas universidades federais.
Pelo texto, 50% das vagas serão reservadas para alunos vindos de escolas públicas. Metade delas será distribuída de acordo com critérios raciais. A outra metade será distribuída conforme a renda familiar por pessoa, que deve ser menor que um salário mínimo e meio.