Cadeia era o destino de quem protestava
Polícia reprime manifestação contra o regime militar
Em junho de 1964, os militares promulgaram a Lei de Greve, que tornou impossível deflagrar uma greve. Pouco depois o FGTS extinguiu a estabilidade no emprego que o trabalhador conquistava após dez anos na mesma empresa.
Para completar o ataque contra os trabalhadores, a ditadura instituiu uma política salarial que proibia reposições de perdas, abonos, antecipações e aumentos reais, institucionalizando o arrocho salarial. Era permitido apenas um reajuste a cada dois anos, sobre a média salarial dos 24 meses anteriores. Em cima dessa média era aplicada a inflação e a produtividade calculadas pelo governo, com índices muito inferiores aos reais e inflação manipulada.
Essa foi a receita do “milagre econômico” da ditadura. O arrocho aumentava os lucros das empresas por meio do achatamento dos salários. A Lei de Greve impedia os trabalhadores utilizar seu principal instrumento de luta contra a superexploração patronal.
Quem participasse de qualquer movimento contra a ordem estabelecida ia para a cadeia.