Caem os números de acidentes e mortes no trabalho

Previdência aponta redução
de acidentes e doenças
O registro de acidentes
de trabalho e de doenças
ocupacionais graves – que
provocam o afastamento
do trabalhador por mais de
15 dias – diminuiu de 2004
para 2006.

É o que aponta o Anuário
Estatístico de Acidentes
de Trabalho de 2006, do Ministério
da Previdência em
conjunto com o Ministério
do Trabalho.

O anuário revela que os
afastamentos por mais de 15
dias caíram 19,3% (503.890
casos), e as mortes, 4,3%
(2.708 trabalhadores).

O ministro da Previdência,
Luiz Marinho, lembrou
que houve um aumento de
trabalhadores com carteira
assinada no mesmo período
e que a redução dos casos de
acidentes e doenças neste
cenário pode ser indício de
melhoria.

No entanto, ele alerta
que a informação pode
significar aumento na
sub-notificação, já que parte
das empresas querem
esconder a precariedade
no ambiente de trabalho.
“Um falecimento é muito
mais difícil de esconder do
que um acidente de trabalho
leve. Por isso, se utiliza o
número de óbitos como um
indicador mais fiel da situação
da saúde e segurança do
trabalho”, comentou.

Falta investimento
na prevenção

Marinho afirma que,
mesmo com as quedas, os
números continuam altos
e que acidentes podem ser
evitados.

“Estamos longe de comemorar.
Tudo isso pode
ser prevenido com investimento
em capacitação, em
remodelação dos processos
de trabalho e substituição
de máquinas”, disse o ministro.

Nexo em vigor – Os dados de 2007 devem
ser processados ao final
deste semestre, e há uma expectativa
de mudanças por
causa da redução de casos
não-notificados.

É que em abril do ano
passado passou a valer o Nexo
Técnico Epidemiológico,
que reclassifica o auxíliodoença
para acidentário.
“Vai aumentar o número
de registros de agravo
à saúde do trabalhador,
mas não necessariamente
vai significar uma piora nas
condições de trabalho. Também
haverá uma captação de
casos que antes eram subnotificados.
Em relação a
2006, os benefícios podem
chegar a triplicar”, avaliou
Marinho.

Segundo várias estimativas,
cerca de 90% dos
acidentes e doenças são subnotificados,
ou seja, deixam
de ser registrados como decorrentes
do trabalho.