Café com leite e pão com margarina ficam mais distantes da mesa dos brasileiros
Pão francês, margarina e leite e café subiram 20% acima da inflação oficial do país, medida pelo Índice Geral de Preços ao Consumidor – Amplo (IPCA), em 12 meses até abril
O tradicional café da manhã composto de leite com café, pãozinho francês e margarina, consumido, principalmente, pelas famílias das regiões Sul e Sudeste do país está mais longe de chegar à mesa. O motivo é a alta de preços desses produtos que subiram 32,16% – acima dos 12,13% registrados pelo Índice Geral de Preços ao Consumidor – Amplo (IPCA), de 12 meses até abril. Ou seja, tomar café da manhã está 20,03% acima da inflação.
O café em pó subiu em 12 meses 67,5% e no mês de abril ficou em 2,5%. O leite longa vida chegou a 23,4% em 12 meses, mas teve sua maior alta no mês de abril com 10,3%. Já a margarina subiu 22,2% em 12 meses e 3,1% apenas em abril. O pão francês teve alta de 13,1% em 12 meses, sendo que no mês de abril a alta foi de 4,5%.
A pesquisa é de economistas da Pontifícia Universidade Católica do Paraná (PUC-PR) que mede a inflação dos itens da cesta básica das famílias residentes nas áreas urbanas, com rendimentos entre 1 salário mínimo (R$ 1.220) e 40 mínimos (R$ 48.480). Em média a cesta básica para essas faixas de renda subiu 28,9%, no mesmo período.
O Índice de Inflação da Cesta Básica abril aponta que em 12 meses as maiores altas desse conjunto de alimentos foram: tomate (103,26%); café em pó (67,53%); batata-inglesa (63,4%). Somente no mês de abril esses produtos subiram respectivamente 10,2%; 2,5% e 18,3%.
O único produto que teve queda de preço no período foi o arroz que ficou 11,53% mais barato. No mês de abril, a única queda de preço foi no da banana-prata com 3,18%.
Outra pesquisa mensal da cesta básica, divulgada na primeira semana de cada mês, com metodologia diferente, do Departamento Intersindical de Estatísticas e Estudos Socioeconômicos (Dieese) mostra que o óleo de soja, o pão francês, a farinha de trigo, o leite integral, a manteiga, a batata e a farinha de mandioca foram os itens que tiveram aumentos nas 17 capitais do país.
A cesta básica mais cara pesquisada em abril é a de São Paulo com R$ 803,99. A segunda é em Florianópolis (R$ 788,00), seguida de Porto Alegre (R$ 780,86) e Rio de Janeiro (R$ 768,42). Nas cidades do Norte e Nordeste, onde a composição da cesta é diferente das demais capitais, os menores valores médios foram registrados em Aracaju (R$ 551,47) e João Pessoa (R$ 573,70).