Caiu a máscara da Força Sindical

O que para nós, da CUT, não era novidade, agora é público: a Força é uma fábrica de maracutaias e de acordos suspeitos com o governo federal e com empresários. Exemplos não faltam, como o apoio ao projeto que altera a CLT, o 1º de maio patrocinado por empresas e o acordo com FHC de correção do FGTS. O que era para ser “o maior acordo do mundo”, como a Força anunciou, revelou-se um grande golpe.

Conforme a imprensa anuncia desde a sexta-feira, e esclarecido pela Tribuna de ontem, enquanto convencia os trabalhadores a aderir ao acordo do governo, com deságio e parcelado, a Força escondia de seus associados que possuia um processo para recebimento integral e numa única parcela.

Só que a Juíza Tânia Regina Marangoni Zahury, da 16ª Vara Federal de São Paulo, que dirige aquele processo, determinou sua execução, para pagamento a todos os metalúrgicos associados.

Tecnicamente, trata-se de uma substituição processual, em que o Sindicato pede na Justiça em nome dos sócios. É um pouco diferente da ação da CUT, que envolve todo trabalhador, independente da categoria, desde que trabalhou com carteira assinada em janeiro/89 e abril/90.

Ou seja, enquanto pediam para os metalúrgicos aceitarem o acordo do governo, as lideranças da Força escondiam que o melhor era aguardar a Justiça. O absurdo maior é que algumas dessas “lideranças” (se é que podemos chamá-las assim) disseram que vão desistir do acordo, porque o processo é mais vantajoso. O presidente da central, Paulo Pereira da Silva, chegou a dizer: “meu dinheiro não fica com o governo”. A emenda está se revelando pior do que o soneto.

A orientação de que a adesão ao acordo poderá ser revogada, não é tão simples. Se a CEF não concordar com a desistência, que é o que deverá acontecer, esses trabalhadores terão que entrar novamente na Justiça, pedindo a anulação da adesão, sob a alegação de fraude, de desconhecimento daquela ação. Lamentável, mais uma vez, a atitude da Força Sindical.