Câmara derruba reforma sindical

As Medidas Provisórias que reconheciam as centrais sindicais e criavam o Conselho Nacional de Relações do Trabalho foram rejeitadas pela Câmara dos Deputados.

A Câmara dos Deputados rejeitou as  Medidas
Provisórias (MP) 293 e 294, durante o chamado
esforço concentrado na noite da última
segunda-feira. A MP 293 reconhecia as centrais sindicais e a MP 294
criava o Conselho Nacional de Relações do
Trabalho.

A decisão dos deputados foi apoiada pelas
confederações que compõem a estrutura
oficial. Alguns de seus representantes chegaram a comemorar em
plenário. O principal motivo de alegria dos pelegos
é que, com a queda da 293, fica temporariamente afastada a
possibilidade de os sindicatos escolherem para qual
confederação querem repassar o dinheiro das
contribuições.

“Eles têm pavor a qualquer
transformação que aponte para a liberdade e
autonomia sindicais ou que vincule a sobrevivência das
entidades sindicais à representatividade que elas puderem
comprovar na prática. O imposto sindical e a falta de
ação são o eldorado deles”,
avaliou Denise Motta Dau, secretária nacional de
Organização da CUT. Ela é uma das
lideranças da Central que está em
Brasília durante o esforço concentrado da
Câmara, na tentativa de intervir no resultado das
votações.

“O que aconteceu segunda-feira na Câmara
não encerra nossa luta”, afirma a
secretária nacional de Política Sindical, Rosane
da Silva. “E não falo apenas da possibilidade de
as duas MPs serem reapresentadas. Falo da volta de nossa
pressão para que a reforma sindical, ampla e
democrática, seja aprovada num segundo mandato de
Lula”, completa.