Câmara e Senado: Resultados das eleições favorecem o governo federal
Os grupos políticos aliados ao governo federal são os vencedores com a eleição de Arlindo Chinaglia (PT-SP) para a presidência da Câmara dos Deputados e de Renan Calheiros (PMDB-AL) para a presidência do Senado.
Os principais perdedores são os setores da oposição. A derrota deixou clara para a população a total falta de projetodo PSDB e PFL para o País. Além disso, a oposição ao governo federal saiu totalmente dividida da disputa.
Entre os partidos, ganharam o PMDB e, principalmente, o PT.
O partido elegeu 83 e agora, com a presidência da Câmara, volta a ser o partido mais importante do País.
O PMDB se aliou ao PT, ficou com o comando do Senado e recobrou uma unidade que há muito não conhecia. Foi outro que cresceu.
Derrotados – Já o PSDB saiu totalmente rachado do processo. Seu candidato recebeu votação minúscula na Câmara, os tucanos são acusados de traição no Senado e o racha interno se acentuou. O PFL ficou ainda mais perdido que o PSDB.
Os liberais foram humilhados na Câmara apoiando um comunista. No Senado, seu candidato José Agripino recebeu menos votos que o total de senadores da coligação PSDB-PFL.
Agora os liberais acusam os tucanos de traição e ameaçam romper o acordo que manteve os dois partidos unidos durante os últimos 12 anos.
Não se entendem sequer para escolher os líderes do partido.
Aliados no comando fortalece Lula
As vitórias de Renan e Chinaglia foram boas também para o presidente Lula, que terá aliados no comando da Câmara e do Senado. As eleições ainda deixaram claro que é pequeno o poder de fogo da oposição para bloquear projetos do presidente. Pelo menos no momento.
Por isso, FHC é o maior derrotado individual no processo. O ex-presidente apostou tudo no PSDB e deu em nada. Ninguém deu bola para ele.
Outro que perdeu foi o ex-ministro Ciro Gomes (PSB-CE). Jogou tudo em Aldo Rebelo e chegou a organizar um bloco com deputados da situação contra Chinaglia.
Perdeu muito do trânsito que tinha com petistas e com o governo.
Entre os vencedores está outro ex-ministro. José Dirceu apoiou fortemente o candidato do PT e deve voltar a ter atuação política mais destacada.
Chinaglia quer votar o PAC
Logo após assumir a presidência da Câmara, Arlindo Chinaglia anunciou que vai acelerar o debate e a votação do PAC, o Programa de Aceleração do Crescimento anunciado por Lula no mês passado.
Objetivos – Para alcançar os resultados pretendidos pelo governo federal, o programa precisa que o Congresso aprove vários de seus itens. Uma vitória da oposição na Câmara ou Senado podia barrar essa votação e prejudicar os objetivos do PAC.
Chinaglia é historicamente um desenvolvimentista e Renan também já declarou seu apoio ao programa.