Caminhão elétrico da Mercedes promete ir de SP ao RJ sem recarga

441 quilômetros: essa foi a distância que percorrida em nove horas para ir de São Bernardo do Campo (SP) a São João de Meriti (RJ). A razão da viagem? Desafiamos o Mercedes-Benz eActros 400, primeiro caminhão elétrico da marca no Brasil, a cumprir o trajeto sem a necessidade de parar para carregar. O veículo de 27 toneladas da marca alemã – que ainda está em processo de homologação por aqui – enfrentou essa maratona para provar se está preparado para o mercado brasileiro e seus desafios, seja as longas distâncias, ou o asfalto de má qualidade.

Na Alemanha, o eActros 400 começou a ser vendido em 2023, após quase dois anos de testes. O modelo vive agora o mesmo por aqui: além da homologação, a fabricante está firmando parcerias com clientes corporativos para introduzir a novidade nas frotas antes de iniciar as vendas. Há uma diferença considerável na proposta, no entanto. Na Europa, com os 400 km de autonomia declarada, é possível sair de Stuttgart, cidade sede da Mercedes-Benz, cruzar a Alemanha e chegar, por exemplo, a Milão (Itália) ou Genebra (Suíça).

Por aqui, essa mesma distância pode não ser suficiente para sair do estado de São Paulo. Ou seja, a proposta do eActros 400 no Brasil é realizar transporte interurbano com cargas pesadas. Potencias clientes são empresas de venda de produtos pela internet. Com peso bruto total (PBT) de 27 toneladas, o caminhão tem carga útil de 8 toneladas. A data de lançamento ainda não está definida, mas uma estimativa atual aponta que será entre o final de 2026, quando os testes devem ser concluídos, e o início de 2027.

Estacionado e conectado ao carregador, o caminhão não deixou de chamar a atenção das pessoas que passavam pelo posto, curiosas para saber quantos quilômetros o gigante silencioso teria percorrido para chegar até ali. Segundo a fabricante, o modelo recupera de 20% a 80% da capacidade da bateria em 1h15 na velocidade máxima de carregamento, 160 kW. O investimento no eActros 400 é de duas a quatro vezes maior do que o necessário para se comprar um equivalente movido a diesel. Ou seja, entre R$ 2 milhões e R$ 3 milhões.

Do AutoEsporte