Caminhão volta a ser foco da Ford
“Expectativa dos trabalhadores é grande”, disse o Colombo, coordenador da representação dos trabalhadores na montadora. Foto: Rossana Lana/SMABC
Confiante numa reação sustentável do mercado de pesados a partir do ano que vem, a Ford voltou a colocar os caminhões no centro de suas estratégias de negócio. Cerca de um terço das 18 ações de lançamentos previstas pela marca para 2013 está nesse segmento, incluindo a chegada ao mercado de extra-pesados.
Para Alexandre Aparecido Colombo, o Colombo, coordenador da representação dos trabalhadores na Ford a expectativa é grande. Ele afirma que “o governo federal já tomou diversas medidas para revitalizar o setor, agora espera-se um bom resultado”.
Steven Armstrong, presidente da montadora no Brasil, adiantou ontem que, junto com o desenvolvimento dos carros de passeio, a empresa vai trazer mais novidades na linha de caminhões. Segundo o executivo, não se trata de dar um foco maior aos veículos pesados, mas sim buscar um equilíbrio entre os lançamentos de carros de passeio e caminhões.
Neste ano, as vendas de caminhões entraram em queda livre ante a desaceleração econômica e a transição na tecnologia de motor, que tornou o veículo 15% mais caro, embora menos poluente. A própria Ford adotou a semana curta – de apenas quatro dias de trabalho – durante boa parte do ano para ajustar a produção na linha de caminhões no ABC paulista.
O setor iniciou uma reação em outubro e existe a expectativa que as vendas poderão, no ano que vem, se aproximar dos níveis de 2010, quando 157,4 mil caminhões foram emplacados. Para este ano, a Fenabrave, a entidade que abriga as concessionárias de veículos, prevê emplacamentos de 139,8 mil unidades. O governo agradou aos fabricantes ao manter para o ano que vem os juros reduzidos nos financiamentos de bens de capital pelo Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES).
Para Rogelio Golfarb, vice-presidente de assuntos corporativos da Ford na América do Sul, a necessidade de investimentos em infraestrutura, somada ao crescimento econômico, abre uma perspectiva positiva para as vendas de caminhões no longo prazo.
Tendo como base um aguardado crescimento da economia e efeitos positivos da queda dos juros no consumo, as projeções da montadora apontam para um avanço de 2% a 4% do mercado automotivo em 2013, depois de uma evolução próxima a 4% deste ano.
As projeções da marca, contudo, são feitas com algumas ressalvas, levando-se em conta que o desempenho das vendas de carros dependerá muito do comportamento da economia. Durante discurso no evento, Armstrong afirmou que o mercado brasileiro é dinâmico.
Para a Ford, as vendas de veículos no Brasil têm potencial para crescer 50% nos próximos dez anos, enquanto nos Estados Unidos, seu país de origem, a evolução deverá ser de 15% a 20% no período.
Desde 2011, a montadora conduz no país um programa de investimento da ordem de R$ 4,5 bilhões, que vai até 2015.
Da Redação com Valor Econômico