“Campanha machista do governo reforça a violência e assédio sexual nos trens”, afirma CUT/SP
Estação da Sé, super lotada
A Central Única dos Trabalhadores de São Paulo (CUT/SP) veio a público repudiar a campanha machista do governo, veiculada em rádio, que reforça a violência contra a mulher e preconiza o assédio sexual nos trens superlotados do Metrô e da CPTM.
“Repudiamos e responsabilizamos o governador Geraldo Alckmin pela inércia e total descaso com a vida da população usuária dos trens no maior e mais rico estado do Brasil, principalmente com as mulheres, vítimas constantes de agressões físicas e verbais, empurrões, abusos sexuais e estupros. A população convive com o caos, o terror, constrangimentos e toda forma de violência nos trens e tudo isso acontece à vista de diversas câmeras.
Os abusos são noticiados somente quando as vítimas tomam a atitude corajosa de gritar e denunciar os agressores. Mas, infelizmente, alguns são presos e liberados em seguida; o fato vira notícia e a mesma mídia que divulga, se cala, até que surja outro caso…
Há vinte anos no poder, o governo do PSDB não investe na melhoria do transporte público e na mobilidade urbana – em duas décadas, foram construídos apenas 30 km de linhas do Metrô. De 1999 a 2011, os governos estaduais de SP deixaram de investir R$ 10,3 bi, valor suficiente para construir mais 21 km de rede.
Diariamente a população tem que encarar a mesma superlotação, a constante espera pela solução da “falha” no trem que parou e, no meio da multidão, mais mulheres são massacradas e agredidas.
No lugar de coibir a prática machista daqueles que querem propagar os abusos, o governo ressalta sua omissão com essa vergonhosa campanha veiculada em rádio. Não podemos permitir tamanha irresponsabilidade!
A CUT São Paulo exige reparação e imediata apuração dos responsáveis por essa vergonhosa publicidade, bem como a punição dos agressores, além de uma campanha educativa permanente pelos direitos femininos e de combate à violência contra a mulher.”
Central Única dos Trabalhadores de São Paulo
Com informações da CUT Nacional