Campanha Nacional 21 Dias de Ativismo pelo Fim da Violência contra a Mulher se encerra hoje
De acordo com a ONU Mulheres, a cada dez minutos, em 2023, um parceiro íntimo ou um familiar tirou intencionalmente a vida de uma mulher
A Campanha 21 Dias de Ativismo pelo Fim da Violência contra a Mulher começou em 20 de novembro, Dia da Consciência Negra, e se encerra hoje, Dia Internacional dos Direitos Humanos. A ONU Mulheres destaca o período como uma oportunidade para revitalizar compromissos, exigir responsabilização e ação dos tomadores de decisão.
Intitulada no Brasil de ’21 Dias de Ativismo pelo Fim da Violência contra Mulheres e Meninas’, e de ’16 Dias de Ativismo pelo Fim da Violência contra as Mulheres’ nos 150 países que fazem parte da iniciativa, a campanha surgiu em 1991 capitaneada por um grupo de ativistas do Centro de Liderança Global das Mulheres (Women’s Global Leadership Institute), e em 2008 entrou para o calendário oficial da ONU.
Foto: Adonis Guerra
“Acredito que essa campanha é crucial para dar visibilidade à violência contra as mulheres, aumentar a conscientização sobre seus impactos, fortalecer a mobilização social e incentivar a participação de todos na luta. Ela promove educação, prevenção e apoio às vítimas, além de pressionar os governos a melhorar as políticas públicas de proteção e justiça. Esses 21 dias representam um esforço global para criar um ambiente mais seguro e igualitário para todas as mulheres”, declarou a secretária de Formação da CNM/CUT (Confederação Nacional dos Metalúrgicos da CUT), Maria do Amparo Travassos Ramos.
A coordenadora do Coletivo das Mulheres Metalúrgicas do ABC, Maria Zélia Vieira Viana, destacou o alto índice de feminicídios no Brasil. “Feminicídio é um termo cada vez mais presente nos noticiários. O alto índice dos assassinatos de mulheres motivados apenas pelo gênero, colocou o Brasil em 5º lugar no ranking dos países em que mais se matam mulheres: 4.762 vítimas para cada 100 mil, o equivalente a cerca de 13 mortes por dia. É preciso dar uma basta nisso!”.
“A cada minuto, 25 mulheres sofrem violência doméstica. Elas têm direito a viver em paz, com dignidade. A violência de gênero precisa acabar, mas isso só será possível com leis mais rigorosas e com mulheres que, diante de abusos, não se calam. Eles precisam ser ouvidas, acolhidas e protegidas. É urgente que sejamos cada vez mais vigilantes, que a justiça seja feita e que os agressores não fiquem impunes. Que cada uma de nós seja essa voz que não se cala diante de uma agressão, basta!”, reforçou a diretora executiva da FEM/CUT, Aparecida Maria de Melo Santos, a Cida.
Dados
De acordo com a ONU Mulheres, a cada 10 minutos, em 2023, um parceiro íntimo ou um familiar tirou intencionalmente a vida de uma mulher. Ainda segundo a organização, quase uma em cada três mulheres sofre violência ao longo da vida. As meninas estão em risco particular de violência — uma em cada quatro adolescentes sofre algum tipo de abuso por seus parceiros. Para pelo menos 51.100 mulheres em 2023, o ciclo de violência de gênero terminou com um ato final e brutal — o assassinato por parceiros e familiares.