Campanha Salarial: 5% não dá acordo

A bancada dos trabalhadores rejeitou na mesa de negociações os 5% oferecidos pelos patrões do grupo 9. Com os demais grupos, as negociações prosseguem focadas nas claúsulas sociais.

Os trabalhadores rejeitaram
na mesa de negociação
os 5% de reajuste oferecidos
pelo grupo 9 na última rodada
de negociação, ocorrida
sexta-feira passada.

Foi o primeiro percentual
de reajuste nesta campanha.”
Está longe da expectativa
dos trabalhadores e da
realidade do setor”, disse José
Paulo Nogueira, diretor
do Sindicato que acompanha
as negociações.

Pesquisa Dieese mostrou
que 90% das categorias
conquistaram entre 1% e 2%
de aumento real. Já o índice
do grupo 9 traz 4,19% referente
a inflação até julho e
apenas 0,78% de aumento.

O número se refere a julho
porque a a data-base no
grupo é agosto. O mesmo
rea-juste seria aplicado aos
pisos.

“Este valor é inadmissível.
Exigimos que os patrões
apresentem uma proposta
decente na próxima negociação”,
disse Valmir Marques,
o Biro-Biro, presidente
da Federação Estadual dos
Metalúrgicos da CUT –
FEM-CUT.

Sociais – O grupo 9 sinalizou com
alguns avanços sociais, como
adesão ao Acordo de Prensas
e inclusão de cláusula sobre diversidade
nas contratações.

Isso significa que as empresas
deverão contratar jovens,
homens, mulheres, da
faixa etária de 24 anos, independentemente
da experiência,
e também acima de 40
anos de idade.

Trabalhador pára Ford Bahia contra 4%

Os companheiros no
complexo Ford em Camaçari,
na Bahia, cruzaram os
braços por 24 horas na semana
passada em protesto aos
4% de reajuste oferecidos
pela montadora. Além dos
trabalhadores na Ford, o
complexo abriga outras 30
empresas com cerca de 10
mil metalúrgicos.

Foi a primeira grande manifestação
da categoria depois
que as negociações empacaram
na campanha salarial.

A data base dos metalúrgicos
baianos é 1º de julho
e o pessoal reivindica 8%
de reajuste e ampliação de direitos
sociais. Hoje, a Federação
dos Metalúrgicos da
Bahia tem nova rodada de
negociação na Delegacia Regional
do Trabalho e não descarta
uma paralisação por
tempo indeterminado se as
conversas não avançarem.

Montadoras
e grupo 3
seguem
com debate
social

A renovação das
atuais cláusulas sociais
está adiantada com as
montadoras e grupo 3
(autopeças, forjaria e
parafusos), mas o debate
sobre a ampliação
de direitos prossegue.

Assim como no
grupo 9, os setores sinalizaram
com a admissão
de cláusula sobre
diversidade nas contratações
e adoção de
princípios que impeçam
o assédio.

Enquanto isso,
continuam as assembléias
de mobilização.

Na quinta-feira,
elas aconteceram na
Ford, com o pessoal
do primeiro turno no
pátio e, em seguida,
com os trabalhadores
mensalistas no refeitório.
Ontem, a assembléia
foi realizada na Volks