Campanha Salarial: 86% dos acordos têm aumento real
O bom desempenho da economia e a luta dos trabalhadores fizeram que 86% dos acordos de campanhas salariais no primeiro semestre do ano tivessem aumento real, acima da inflação. Para os metalúrgicos, além do aumento, o cenário econômico é ideal para a conquista de novos direitos sociais.
Dados do Ministério do
Trabalho mostram que no primeiro
semestre deste ano 86%
dos acordos de campanhas
salariais recuperaram a inflação
e ainda tiveram aumento real.
O levantamento foi feito
pelo Dieese, que analisou
os mais de 17 mil acordos e
convenções realizados entre
janeiro e junho. Em 10% dos
acordos somente houve recuperação
das perdas e em
apenas 4% o reajuste foi inferior
à inflação.
Na avaliação do Ministério,
os trabalhadores estão
aproveitando o crescimento
econômico para recuperar as
perdas salariais acumuladas
nos tempos de recessão e
desemprego.
Os dados mostram também
que aumentou o número
de acordos feitos sem a
interferência da Justiça do
Trabalho, já que no primeiro
semestre de 2006 foram
registrados pouco mais de 7
mil acordos.
A explicação para isso é
que, com inflação baixa, o
patrão fica menos intransigente
na mesa de negociação.
A orientação da CUT é
manter esse ritmo e garantir
aumento real em todos
os acordos negociados no
segundo semestre.
“Vamos lutar por aumentos
maiores do que o
ano passado, pois o acordo
tem de ser bom não só para
as empresas, mas também
para os trabalhadores”, disse
Edilson de Paula, presidente da CUT São Paulo.
Ele quer campanhas mais
mobilizadas para buscar a valorização
dos salários, além
de contrapartidas para a geração
de emprego.
Negociação na próxima semana
Nas negociações que
acontecem na próxima terça-feira com o Grupo 9
(máquinas e eletrônicos), os
metalúrgicos vão lutar por
aumento real e melhoria das
cláusulas sociais.
“Queremos a inclusão
de mais direitos sociais
como, por exemplo, para as mulheres, jovens e trabalhadores
com deficiência”, disse
Valmir Marques, o Biro-Biro, presidente da Federação
Estadual dos Metalúrgicos
da CUT.
Ele lembrou que a condição
econômica do País é
bem melhor em comparação
com os anos anteriores e que
existe espaço para renovar
e ampliar os direitos dos
trabalhadores.
Outras reivindicações
são a redução da jornada
de trabalho sem redução
dos salários e a unificação
das datas-base de todos os
grupos no mês de setembro.