Campanha salarial: Acordo com Grupo 3 será assinado na quarta-feira

A convenção é resultado da mobilização dos trabalhadores em todo o Estado, que passaram as duas últimas semanas realizando paralisações, atos e greves pressionando as fábricas a se comprometerem com uma proposta econômica com aumento real e abono

A Federação Estadual dos Metalúrgicos da CUT (FEM-CUT) assina nesta quarta-feira (30) a convenção coletiva para toda a categoria com o Grupo 3 (autopeças, forjarias e parafusos), que garante 6,53% de reajuste salarial, índice que compreende 2% de aumento real e 4,44% para a reposição da inflação.

Sérgio Nobre, presidente do Sindicato dos Metalúrgicos do ABC, destacou que a convenção coletiva preserva a igualdade salarial entre a categoria. “Começamos a campanha enfrentando realidades diferentes e chegamos a um ponto de equilíbrio, garantindo o mesmo aumento real para todos no grupo”, frisou.

A convenção é resultado da mobilização dos trabalhadores em todo o Estado, que passaram as duas últimas semanas realizando paralisações, atos e greves pressionando as fábricas a se comprometerem com uma proposta econômica com aumento real e abono, conforme decidido na assembleia do dia 17.

No total de nossa base, os compromissos foram assumidos por 75 fábricas, num universo de 24 mil metalúrgicos, a maioria do Grupo 3. A mesma mobilização ocorreu em outros sindicatos filiados a FEM-CUT no Estado.

“Chegamos a um limite nos compromissos com as fábricas, porém a pressão foi suficiente para conquistarmos um aumento real que era impossível até 15 dias atrás”, disse, Valmir Marques, Biro Biro, o presidente da FEM, durante plenária para a militância e membros dos Comitês Sindicais sexta-feira na Regional Diadema.

Convenção estabelece igualdade na categoria
Segundo Sérgio Nobre, parte das empresas foram mais afetadas pela crise, como as que exportam ou que fornecem para as empresas de caminhões e máquinas, e não tinham disposição de negociar o aumento real.

Do outro lado estão as empresas que não teve sua produção tão afetada e assumiu o compromisso. “O problema é que as primeiras puxaram a negociação para baixo, o que dificultava o acordo coletivo”, disse Sérgio.

“A estratégia decidida em assembléia foi vitoriosa. Tanto que conquistamos a convenção coletiva. Esse foi nosso objetivo inicial, já que acordos por fábrica impõem uma diferença na categoria que não nos interessa”, afirmou o presidente do Sindicato.

Pressão sobre os outros prossegue
A mesma estratégia de pressionar as empresas prossegue nos Grupos 2, 8 e Fundição. Haverá negociações com os três grupos nesta semana e o prazo para o acordo com aumento real é sexta-feira.

Por isso, os trabalhadores na Conexel, Grupo 2, de São Bernardo, pararam a produção por duas horas na manhã desta segunda-feira (28) e podem continuar de braços cruzados na terça.

Em Diadema, a companheirada na Injecta, do setor de Fundição, voltou para casa, o que fez a fábrica abrir negociação com o Sindicato.

Depois de seis dias de greve, o pessoal na Otis arrancou compromisso da empresa com proposta econômica e voltou ao trabalho ainda nesta segunda.

Empresas que assumiram o compromisso

São Bernardo
Projet
Arteb
Karmann Ghia
Kostal
Toledo do Brasil
ZF Sachs
Rassini
Fibam
Mahle
Thyssenkrupp
WEG
Panex
Mangels
Cabflex
Muratec
Rolls Royce
Magneti Marelli
Mark Grundfos
Proxyon
ABR
Sambercamp
Max Bolt
Rhowert
Samot
Quasar
SM Sistemas Modulares
Cabomat
Otis
Continental Brasil
NRS
Irbás
HMC

Diadema
Selmec
CHS
SMS
Delta
Caldex
Hematec
Pallmann
Robrasa
Daiwa
Polistampo
Metalpart
Grupo Dana
Federal Mogul
Itaesbra
Delga
Isringnhausen
Terbraz
Autometal
IGP
TRW
Scorpios
Detroit
Termicon
Uniforja
Transtecnology
Metaltork
Brasmec
Legas e Lealfer
Brasmetal
CW
Continental Parafusos
Engemetal
Evacon  Equipamentos
Irmãos Parasmo
Magno Peças
Mastermag
MGE

Ribeirão Pires e Rio Grande da Serra
Mescla
Dura
Ouro Fino
Masaflex
Ruspristeel
Altwin Eletric

Da Redação